Descubra que não é com a dança da chuva que vão pingar soluções. A sustentabilidade não está nas mãos dos deuses.
No início a deusa-mãe controlava todos os fenómenos naturais e a dança da chuva era o ritual encontrado pelo homem para apaziguar a sua fúria e contar com sua boa-vontade.
Com o passar do tempo, o homem aprendeu a dominar o fogo, inventou a roda, semeou, domesticou animais e construiu grandiosos impérios. Ao longo do processo compreendeu que a natureza pode responder de forma impiedosa e implacável, retribuindo com escassez e destruindo as suas culturas com secas, pragas e tempestades. Para encontrar a harmonia, a abundância e a sustentabilidade, o Homem precisava de apaziguar os espíritos da natureza e os deuses com oferendas, rituais, danças da chuva ou a construção de grandiosos templos, que perduram até aos dias de hoje.
O tempo foi passando e chegámos ao século XIX. Na era moderna o ritual da dança da chuva deixou de fazer sentido. A Revolução Industrial deixou para trás o modo de produção agrícola manual, utilizando máquinas no auxílio das ações humanas e recorrendo a mais matérias-primas. A sustentabilidade deixou de estar nas mãos dos deuses. Surgiu uma nova relação homem-natureza, em que o homem domina e explora os ambientes naturais. Desde então, a degradação ambiental tem sido crescente. A poluição atmosférica, a contaminação da água e do solo, o aquecimento global, tornaram-se preocupações mundiais.
O uso do conceito de sustentabilidade enquanto “necessidade de suprir as necessidades da geração presente sem afetar a possibilidade de as gerações futuras suprirem as suas” foi utilizado pela primeira vez em 1987 no Relatório Bruntland, intitulado “Nosso Futuro Comum”.
A sustentabilidade está hoje, mais do que nunca, nas mãos da humanidade. Hoje sabemos que não é com a dança da chuva que vão pingar soluções para a sustentabilidade. Deve, por isso, ser um compromisso de todos nós para garantir o futuro do planeta como o conhecemos hoje.