A EDP, através da EDP Distribuição, apresentou, no dia 22 de Outubro de 2007, o projecto InovGrid, que pretende ir ao encontro das grandes mudanças em curso no sector eléctrico, a nível global.
Na origem destas alterações estão as novas formas de geração de energia, as alternativas aos recursos fósseis, bem como novos requisitos de fiabilidade no fornecimento energético e de indução de competitividade nos mercados.
Esta evolução vem reforçar, necessariamente, o papel activo dos Consumidores e da rede eléctrica, que passarão a interagir mais entre si.
As mudanças preconizadas pelo projecto InovGrid vão obrigar a uma forte intervenção na Rede de Distribuição, introduzindo-lhe funcionalidades avançadas de telegestão de energia, capacidade de integração da microgeração
e, principalmente, mecanismos de inteligência que estabelecerão uma nova forma de Gestão e Controlo da Rede, em linha com o conceito de Smart Grids.
Neste âmbito, a EDP prevê investir, numa primeira fase, até 2010, cerca de 70 milhões de euros.
Deste modo, o projecto InovGrid criará condições na Rede para que o Consumidor:
> Disponha de facilidades de acesso para produção de energia, através da microgeração, beneficiando de uma nova fonte de remuneração;
> Exerça um papel activo na gestão do seu consumo energético, contribuindo para alinhar a oferta com a procura, reduzindo, assim, os seus custos em energia através de uma acrescida eficiência energética;
> Disponha, através dos comercializadores presentes no mercado, de novos serviços, novas formas de tarifação e planos de preços inovadores, mais orientados para as necessidades de cada cliente e que tenderão a baixar o valor da sua factura de energia eléctrica.
Para além do novo Consumidor/Produtor, esta transformação aportará benefícios significativos aos restantes stakeholders do sector eléctrico, designadamente:
> Os Comercializadores poderão alargar a sua oferta de serviços e oferecer novas formas de tarifação aos clientes, tendo novos instrumentos para entrar no mercado e competir entre si;
> As entidades reguladoras verão facilitada a liberalização do mercado através da maior concorrência induzida, com reflexos positivos na factura de energia eléctrica;
> O Operador de Rede de Distribuição aumentará a fiabilidade e qualidade do fornecimento de energia, reduzindo os seus custos operacionais e as suas perdas
de energia;
A Economia Nacional beneficiará com o incremento de eficiência energética, resultante, nomeadamente, do melhor alinhamento entre a oferta e a procura de energia.
Adicionalmente, com esta iniciativa, a EDP Distribuição procura motivar a configuração de projectos industriais e centros de competência que, alavancados à escala nacional, dinamizarão a economia, criarão emprego e poderão gerar vantagens competitivas indutoras de exportação.
Constituindo a transformação em curso uma prioridade na agenda das operadoras de rede de distribuição eléctrica europeias, envolvendo necessidades de investigação e desenvolvimento em tecnologias
emergentes, há espaço para que quem se distinguir na capacidade de conceber e operacionalizar soluções desta natureza, possa beneficiar desse pioneirismo e posicionar-se, de forma competitiva, nesta área do conhecimento (first mover advantage).
Nesse sentido, tendo em conta o elevado nível de ambição do Projecto InovGrid, a EDP Distribuição assinou, no dia 22 de Outubro, um protocolo de cooperação para a concepção e desenvolvimento de soluções técnicas avançadas nas áreas chave do projecto, com as seguintes empresas/instituições nacionais:
EFACEC – Empresa de capitais portugueses operando nas áreas de automação e gestão de redes de energia, com uma forte componente tecnológica e com uma posição de referência no panorama nacional;
JANZ – Empresa de capitais portugueses com larga experiência em concepção e fabrico de equipamentos e sistemas na área da contagem e gestão de energia;
EDINFOR – Empresa nacional de base tecnológica, líder na concepção, desenvolvimento, implementação e gestão operacional de sistemas de informação, com larga experiência e intervenção no sector da energia.
A renovação preconizada para o Sistema Eléctrico de Distribuição é decisiva para acompanhar a evolução neste sector e permite responder, de forma adequada, aos requisitos de liberalização do mercado e de construção do MIBEL.
O sucesso deste projecto depende da situação legal e de regulação que vier a enquadrar a sua concretização, nomeadamente, no que diz respeito à microgeração e à compatibilização regulatória no âmbito do MIBEL.