A pandemia atual originou uma profunda crise económica de cariz global, que irá causar feridas profundas na nossa economia.
Não obstante, Portugal pode ter acesso ao maior pacote financeiro da Adesão Europeia desde a sua adesão, em 1986, proporcionando uma oportunidade de ouro para encontrar nesta crise económica uma forma de resolver alguns dos constrangimentos estruturais da sua economia.
O trabalho de reconstrução começa agora. O plano para recuperar desta crise económica deve assentar em novos alicerces para recriar a organização das sociedades, comportamentos e estilos de vida. Em virtude disso, os modelos económicos atuais devem ser repensados para um modelo mais justo, próspero e eficiente, respeitando sempre os recursos e limites naturais do país.
Como refere António Costa Silva, em “Visão Estratégica para o Plano de Recuperação Económica de Portugal 2020-2030” todos os projetos apresentados “devem estar alinhados com os objetivos das políticas europeias de investimento, que favorecem a transição digital, a economia verde e a economia circular”.
SUSTENTABILIDADE deve ser sempre a palavra subjacente e, neste âmbito, o setor da água também tem um papel importante a desempenhar.
À água é um bem indispensável à vida. A saída da crise económica deve, por isso, considerar soluções que permitam reservar água desperdiçada e que dinamizem a economia circular da água. As zonas geográficas do país onde a precipitação anual é baixa devem adotar estratégias que assegurem uma gestão dos recursos hídricos que garanta que a água não irá faltar no futuro, permitindo a fixação de pessoas e de novos projetos, dentro e fora da agricultura. Só assim será possível atrair as pessoas para fora dos núcleos urbanos, combatendo de forma ativa a desertificação de algumas zonas geográficas do país. O estudo da viabilidade da dessalinização pode ser decisivo para o setor agrícola do pais e deve, por isso avançar.
Mas afinal, qual deverá ser o papel do setor da água neste papel de reconstrução?
Quais deverão ser as prioridades? Como é que Portugal poderá aproveitar esta oportunidade de ouro para garantir eficiência e continuidade dos sistemas de abastecimento de água, para descarbonizar o setor, adotar modelos de economia circular no ciclo da água e sensibilizar para a adoção de comportamentos mais sustentáveis no seu uso doméstico? A tecnologia, nomeadamente o SMART METERING parece se um dos caminhos mais viáveis.