Na JANZ, o caminho que trilhamos desde 1915 tem sido impulsionado por um compromisso com a inovação e a excelência na gestão de recursos hídricos. A nossa missão não é apenas desenvolver produtos, mas oferecer soluções que preservem e sustentem o recurso vital do planeta, a água.
A nossa dedicação à qualidade não é apenas um princípio, é prática. Evidenciado pelo nosso compromisso com os padrões da ISO 9001. Desde 1995, a certificação ISO 9001 tem sido um testemunho do nosso compromisso com os sistemas de gestão da qualidade, garantindo consistência, eficiência e excelência em todos os processos e produtos.
Aprofundando o compromisso com a excelência, na JANZ orgulhamo-nos de também possuir a acreditação ISO 17025. Esta norma é dedicada à competência de laboratórios de ensaio e calibração. Para nós, a ISO/IEC 17025 não é apenas uma conquista, é uma responsabilidade. Esta simboliza a nossa capacidade de produzir dados de ensaio e calibração precisos e exatos, um aspecto crítico na indústria da gestão de recursos hídricos.
Enquanto a ISO 9001 concentra-se nos sistemas de gestão da qualidade como um todo, garantindo qualidade consistente em todos os aspectos das nossas operações, a ISO/IEC 17025 complementa-a ao focar-se na competência dos nossos processos de ensaio e calibração. Esta certificação significa que os nossos clientes podem confiar não apenas na qualidade dos produtos e dos serviços, mas também na confiabilidade e exatidão dos resultados de ensaio e calibração. É uma abordagem holística à qualidade que cobre todos os aspectos das nossas operações.
No mundo da gestão de recursos hídricos, a precisão não é um luxo, é uma necessidade. A acreditação ISO/IEC 17025 garante que os equipamentos e sistemas que desenvolvemos são testados e calibrados segundo os mais altos padrões, bem como a competência técnica das pessoas. Isso é crucial para os clientes, que dependem de medições precisas para uma gestão e conservação eficazes da água.
Na JANZ, não oferecemos apenas produtos, oferecemos a garantia de qualidade e precisão. A nossa subscrição aos padrões ISO 9001 e ISO/IEC 17025 refletem a nossa dedicação inabalável à excelência. Entendemos o papel crítico da gestão precisa da água na sustentabilidade do nosso planeta, e estamos comprometidos em ser um parceiro de confiança nessa missão. Para entidades que procuram um parceiro confiável na gestão de recursos hídricos, a JANZ destaca-se como um farol de excelência, apoiado pela sólida estrutura da certificação ISO 9001 e pela acreditação ISO/IEC 17025. O nosso caminho de mais de cem anos não é apenas uma linha do tempo, mas é um caminho marcado por melhoria contínua, inovação e um compromisso inabalável com a qualidade.
A JANZ e a MeteRSit, que integram o setor de medição inteligente da SIT, estiveram presentes na Feira Utility Week Live, de 21 e 22 de maio de 2024, que decorreu no Reino Unido. A JANZ apresentou a sua gama de contadores concêntricos de água inteligentes como os contadores concêntricos JV400, JV600 com rádio MYWATER, a sub-gama eREGISTER de contadores concêntricos com totalizador eletrónico, bem como o contador de água ultrassónico SmartIO.
Esta é uma das maiores conferências e exposições dedicadas ao setor das utilities (água, gás, eletrecidade e hidrogénio). A descarbonização, resiliência energética e digitalização foram alguns dos grandes destaques na Utility Week Live, que reuniu os grandes players do setor no Reino Unido para encontrar novas oportunidades e inspirar as próximas gerações a participar nesta jornada. Reuniu +3 mil profissionais do sector, contando com +200 expositores, +150 oradores de diversos países.
“A Janz está confiante de que, com estas novas soluções, contribuirá de forma definitiva para que os seus clientes consigam uma redução efetiva das perdas por subfacturação, maximizando pois a sua receita e aumentando significativamente o nível de serviço prestado aos seus clientes.”
O SmartIO, o novo contador de água inteligente para aplicações residenciais que utiliza tecnologia ultrassónica com capacidade de medição “best in class” até R1000, foi apresentado em simultâneo na Enlit Europe ’23 e no ENEG ’23 organizado pela a APDA. O SmartIO é a resposta ao problema global de gestão eficiente dos recursos hídricos, faz parte de um setor em crescimento, impulsionado pela substituição de contadores instalados por dispositivos inteligentes. Este contador de água inteligente recorre a uma tecnologia inovadora, como contador ultrassónico não tem partes móveis, apresenta um elevado nível de precisão (até R1000) e pode ser instalado nas condições mais adversas, garantindo os mais baixos custos de manutenção. Disponível com comunicação NB-IoT ou multiprotocolo LoRaWAN e wM-bus, tem uma bateria até 16 anos.
A JANZ e a MeteRSit, que integram o setor de medição inteligente da SIT, estiveram presentes, de 28 a 30 de novembro de 2023, na Enlit Europe, uma das maiores conferências e exposições dedicadas ao setor da energia. A energia de transição, descarbonização, resiliência energética e digitalização foram alguns dos grandes destaques na Enlit Europe, que reuniu os grandes players do setor para encontrar novas oportunidades e inspirar as próximas gerações a participar nesta jornada. Reúne +14 mil participantes, contando com +700 expositores, +500 oradores de mais de 140 países.
Equipa JANZ e MeteRSit na Feira ENLIT
A JANZ está a abrir caminho para um futuro onde, através do uso inteligente da tecnologia as entidades gestoras de água, as cidades e os consumidores se conectam ao recurso mais importante do planeta, aquele sem o qual nada é possível: a água. Descubra a nova gama de contadores de água inteligentes da JANZ: MyWater Add On, eRegister e SmartIO.
Criamos soluções fiáveis, precisas e eco-friendly para um mundo conectado, garantindo:
– uma redução efetiva das perdas e da subfaturação;
– uma maximização da receita;
– um aumento significativo do nível de serviço prestado.
MyWater Add On separa definitivamente os equipamentos no ponto de leitura, da infraestrutura de comunicação que os suporta.
Esta inovadora solução de telemetria permite a integração dos contadores de água nos modernos projetos de Smart City de uma forma simples e eficaz. À medida do cliente, tanto em zonas rurais como urbanas, densamente povoadas ou dispersas.
Com uma rede LPWA (Low Power Wide Area) disponível, a implementação e o progresso dos projetos ocorre onde, quando e como o cliente necessitar, sem necessidade de criação de redes adicionais ou dedicadas. Disponível um sensor de acoplamento direto disponível para toda a gama JANZ ou um sensor externo para qualquer contador ou marca.
Características:
– Protocolos de comunicação: Multiprotocolo LoRaWAN /wM-Bus e NB-IoT
– Bateria de longa duração com vida útil até 15 anos*
– Memória de registo de leituras: Segurança de dados até 1 ano de informação diária
– Alarmes On Demand configuráveis: Fuga, fluxo inverso, subconsumo e sobre consumo, contador parado, fraude magnética, fraude mecânica, estado da bateria, temperatura, erro de hardware pontual e permanente.
Mais informações: https://cgf.janz.pt/produto/telemetria-mywater-2-0/
*Dependendo do perfil de utilização e condições externas.
eREGISTER são os novos contadores de água mecânicos que reúnem no mesmo equipamento, uma tecnologia de medição amplamente testada e um totalizador eletrónico que permite interagir bidirecionalmente com as redes IoT.
Disponível para contadores de água volumétricos com corpo em latão (JV400e) e compósito (JV600e) e contadores de água monojato com corpo em latão (JM300e) e compósito (JM600e). Disponível desde DN15 (Q3=2,5) a DN40 (Q3=16).
Características:
– Excelência metrológica até R800
– Multiprotocolo de comunicação LoRaWAN e wM-Bus.
– Bateria de longa duração até 13 anos no perfil standard*
– Alarmes On Demand configuraveis: fuga, sobre consumo, fluxo inverso, contador parado, contador invertido, estado da bateria, fim de vida útil do contador, erro de hardware permanente.
Mais informações: https://cgf.janz.pt/produto/contador-de-agua-eregister/
*dependendo do perfil de utilização e condições externas.
SmartIO é o primeiro contador de água ultrassónico da JANZ. Antecipa o futuro da metrologia e transforma em definitivo a forma como as entidades gestoras se conectam com os seus sistemas de abastecimento.
O SmartIO é um contador de água com uma tecnologia patenteada e inovadora. Com um design único, sem cavidades, a medição ultrassónica é elevada a um novo patamar.
Disponível em DN15 (Q3=2,5) e DN20 (Q3=4).
Características:
– Excelência Metrológica: até R1000
– Protocolos de comunicação: multiprotocolo LoRaWAN / wM-Bus e NB-IoT
– Alarmes On Demand configuráveis: fuga, rebentamento, fluxo inverso, conduta vazia, estado da bateria, adulteração, indicador de temperatura excedida na água/ambiente, ar na água, contador parado.
– Build to last: Construído para resistir a condições adversas
– Monitorização da temperatura: Antecipa a probabilidade de congelamento e de eventuais riscos sanitários.
Mais informações: https://cgf.janz.pt/produto/contador-de-agua-smartio/
Rita Ribeiro – Investigadora Auxiliar do LNEC
Associado ao crescimento populacional, as alterações climáticas e a progressiva urbanização da sociedade têm aumentado a pressão sobre os recursos hídricos. A par de mudanças comportamentais no uso da água e da utilização de dispositivos mais eficientes, a utilização de origens alternativas permite reduzir a pressão na captação de água no meio natural para a produção de água potável. O aproveitamento de águas pluviais e a utilização de águas cinzentas tratadas em usos que não requerem potabilidade (por exemplo, a rega de espaços verdes e a descarga de autoclismos) são medidas com elevado potencial de redução do consumo de água potável no meio urbano. No entanto, não se regista a generalização da sua aplicação em Portugal por razões várias. A normalização desempenha um papel importante na eliminação de barreiras técnicas, podendo ser relevante no presente caso.
A atividade normativa europeia no âmbito da engenharia de águas residuais é desenvolvida pela Comissão Técnica CEN/TC 165 – Waste Water Engineering do Comité Europeu de Normalização (CEN). O acompanhamento nacional da atividade normativa do CEN/TC 165 é assegurado pela Comissão Técnica CT 90 – Sistemas Urbanos de Água. As normas europeias relativas à utilização no local (onsite) de águas residuais tratadas são desenvolvidas pelo grupo de trabalho WG 50 – Use of treated wastewater. Até a presente data, foram publicadas duas normas de um conjunto de normas com a denominação genérica “Onsite non-potable water systems”: a EN 16941-1 “Sistemas de água não potável no local – Parte 1: Sistemas de aproveitamento de águas pluviais em edifícios”, publicada em 2018, e a EN 16941-2 “Sistemas de água não potável no local – Parte 2: Sistemas para a utilização de águascinzentas tratadas”, publicada em 2021. Seguidamente, é feita uma apresentação destas duas normas, com referência ao modo como a sua utilização poderá apoiar a implementação destes sistemas de água em Portugal.
As normas EN 16941-1:2018 e EN 16941-2:2021 têm como propósito o estabelecimento de requisitos para os sistemas de aproveitamento de águas pluviais (SAAP) e os sistemas de utilização de águas cinzentas tratadas (SUACT), respetivamente. Estas normas fornecem recomendações para o projeto, dimensionamento, instalação, identificação, comissionamento e manutenção dos referidos sistemas. Na EN 16941-2:2021, estão incluídos ainda aspetos relacionados com a monitorização da qualidade da água, algo que não acontece na EN 16941-1:2018. No entanto, ambas as normas fazem referência à abordagem fit-for-purpose, estabelecendo assim que o tratamento da água deve ter por objetivo a obtenção de características adequadas ao(s) uso(s) selecionado(s).
O âmbito das EN 16941-1:2018 e EN 16941-2:2021 é restringido aos usos não potáveis, designadamente: rega de espaços verdes, descarga de autoclismos, lavagem de roupa, fins de limpeza (por exemplo, lavagem de pavimentos e de veículos). Ambas as normas identificam claramente os usos que estão fora do âmbito, designadamente: uso para consumo humano e para preparação de alimentos; uso para fins de higiene pessoal; uso para atenuação descentralizada de caudais e infiltração de águas pluviais (no caso da EN 16941-1:2018); utilização direta sem tratamento e consumos na recuperação de calor e arrefecimento (no caso da EN 16941-2:2021).
Os sistemas prediais definidos pelas normas EN 16941-1:2018 e EN 16941-2:2021 são constituídos por quatro elementos funcionais principais: recolha, tratamento, armazenamento e distribuição. De acordo com estas normas, é importante considerar a ocorrência de disponibilidade excessiva de água de origem local (água pluvial e águas cinzentas) e, de modo inverso, a sua carência. Deste modo, é feita referência à necessidade de se incluírem zonas de transbordo devidamente dimensionadas, a ser acionadas quando é atingida a capacidade máxima do sistema. Por outro lado, sempre que é necessária a disponibilidade permanente de água nos pontos de utilização, estes sistemas devem incluir um fornecimento complementar (suprimento), normalmente com água potável. Este último aspeto, o abastecimento com água de reserva, é desenvolvido no texto normativo com particular cuidado, sendo estabelecidos requisitos mínimos para os SAAP e SUACT no sentido de ser evitada a contaminação da rede de água potável.
Em ambas normas é estabelecida a necessidade de realização de uma avaliação do risco associado ao aproveitamento de águas pluviais e de utilização de águas cinzentas tratadas, com consideração dos potenciais impactos sobre pessoas, meio ambiente e infraestruturas e equipamentos.
Esta avaliação de risco deve abranger as fases de projeto, instalação, teste e comissionamento, operação e manutenção do sistema predial de água não potável. A identificação clara de todos os componentes dos SAAP e SUACT, incluindo acessórios e pontos de utilização de água, é outro aspeto que merece desenvolvimento especial nestas normas. Salienta-se, pela sua relevância para a segurança no uso da água, o requisito de colocação de um sinal com aviso da existência de um sistema de água não potável junto da válvula de alimentação da rede predial de água potável.
Apesar do consenso existente em termos do reconhecimento do valor associado aos sistemas de aproveitamento de águas pluviais e aos sistemas de utilização de águas cinzentas tratadas, diversas barreiras têm limitado a generalização da sua aplicação nos edifícios. A normalização técnica pode desempenhar um papel importante na eliminação de barreiras técnicas existentes, através da uniformização de procedimentos e critérios. As normas EN 16941-1:2018 e EN 16941-2:2021 são documentos do domínio público que compilam conhecimento e metodologias validadas a nível europeu e estabelecem diretrizes para o projeto, dimensionamento, instalação, identificação, comissionamento e manutenção dos SAAP e dos SUACT, respetivamente. Apesar da sua utilização ser voluntária, crê-se que estes documentos normativos podem contribuir para uma maior utilização de SAAP e SUACT em Portugal, uma vez que facilitam a comunicação entre os diferentes agentes envolvidos e refletem a experiência europeia neste domínio.
Se observarmos o mapa de precipitação média anual na Europa, verificamos que Portugal não está numa má situação, com variações ao longo do país entre 750 e 2000 mm, situação que é ainda beneficiada pelo facto de a maior parte dos rios ibéricos correrem para o nosso território. Mas se analisarmos a relação entre a procura de água e a disponibilidade da mesma, verificamos que a situação já não é tão boa.
Portugal tem efetivamente um problema sério de escassez hídrica, que, de acordo com estudos recentes, pode ser classificada como elevada nas bacias hidrográficas dos rios Vouga, Liz, Cávado e Tejo, como severa nos rios Sado, Guadiana, Ribeiras do Algarve e do Oeste, e como extrema na bacia do rio Mira. Esta situação de escassez hídrica é naturalmente agravada em anos de seca, em que a procura se mantém, mas a oferta é obviamente mais limitada
Importa por isso assegurar não apenas uma melhor gestão da procura de água, através da sua utilização mais racional e eficiente, mas também uma melhor gestão da oferta de água, através do recurso a origens alternativas, como o aproveitamento de águas residuais tratadas. Em Portugal recolhemos atualmente cerca de 640 milhões de metros cúbicos por ano de águas residuais nas redes de coletores. A boa notícia é que cerca de 99% dessas águas são tratadas, graças aos elevados investimentos feitos nas últimas duas décadas e meia. A má notícia é que apenas 1,3% dessas águas são reutilizadas. Estamos assim a desperdiçar para os rios e para o oceano uma significativa quantidade de águas e de nutrientes.
A reutilização das águas residuais pode, portanto, assumir um papel mais importante na gestão dos nossos recursos hídricos, para utilizações internas da entidade gestora que as produzem ou para utilizações de terceiros, como os setores agrícola, municipal e industrial.
Essas utilizações podem implicar a necessidade de reforço do tratamento que hoje fazemos e exige certamente o transporte de águas residuais para os locais de consumo. Isso pode ser feito diretamente com redes que permitam a distribuição das águas tratadas, ou indiretamente com o seu lançamento num meio hídrico intermédio, por exemplo albufeiras, de onde é depois retirada para utilização agrícola, industrial ou outra.
Para promovermos a reutilização das águas residuais em Portugal seria importante reavaliar a política fiscal para introduzirmos maior incentivo a esta origem de água, por exemplo tornando mais impactante a taxa de recursos hídricos. Quem reutilizasse estaria dispensado do pagamento não apenas da taxa de rejeição, mas também da taxa de captação de água, com impacto significativo nos seus custos.
Seria também muito importante alterar a atual legislação sobre utilização de águas residuais, no que respeita à utilização indireta através de meios hídricos, que não está contemplada nas disposições normativas atuais.
Seria útil promover a elaboração de documentação técnica sobre utilização de origens alternativas de água, suas vantagens, inconvenientes e boas práticas. Seria também importante elaborar material de sensibilização para decisores sobre utilização de origens alternativas de água, incluindo a reutilização. Na perspetiva do desenvolvimento científico importa promover a inovação sobre utilização de origens alternativas de água e divulgar casos de referência que motivem a sua multiplicação.
Uma das medidas previstas no novo Plano Estratégico para o Abastecimento de Água e Gestão de Águas Residuais e Pluviais (PENSAARP 2030) é a utilização de origens alternativas de água, onde se insere a reutilização.
Jaime Melo Baptista
Presidente da LIS-Water, Lisbon International Centre for Water
Em pleno Parque Florestal, a poucos minutos do centro de Lisboa, de Cascais e Sintra, há um local repleto de casas sustentáveis onde o Homem dá à água o tratamento que ela merece – o Belas Clube de Campo. Nestas casas sustentáveis, onde cada gota conta, a água representa um tesouro demasiado precioso para ser utilizado uma única vez. Foi, por conseguinte, a primeira entidade distinguida pela ADENE com o sistema de avaliação e classificação de eficiência hídrica de edifícios AQUA+. Com efeito, a áurea de sustentabilidade envolve todo o empreendimento, cujas townhouses foram consideradas as casas mais sustentáveis de Portugal e as primeiras a atingir os valores de certificação Nearly Zero Energy Building (NZEB).
Quando caminhamos pelo Belas Clube de Campo o tempo fica suspenso e caminhamos mais devagar para podermos demorar, num espaço tão belo e magnifico! E não importa o caminho escolhido porque no Belas Clube de Campo todos os caminhos nos conduzem à sustentabilidade. A composição do edificado, integra-se de forma perfeita na paisagem envolvente. Um passeio pelo empreendimento permite uma experiência sensorial só possível através de um contacto genuíno com a natureza: respiramos devagar, sentidos os cheiros da natureza a mente acalma-se com o ritmo suave da melodia das aves e sentimo-nos invadidos por uma maravilhosa tranquilidade. E, não obstante, as casas sustentáveis circundantes parecem esconder do nosso olhar um mundo secreto de modernidade e conforto. Na verdade, o Belas Clube de Campo é um ícone do que gostaríamos de encontrar rumo a um mundo mais sustentável, com pilares assentes em infraestruturas e soluções inovadoras, mas sem comprometer as gerações futuras.
Para além das suas casas sustentáveis, neste local, os ecossistemas naturais são preservados e alvo de um cuidado permanente, sendo a colocação de ninhos, plantação de árvores e a preservação da vegetação algumas as atividades desenvolvidas em prol da preservação das espécies. Este empreendimento está na vanguarda da construção sustentável, investindo permanentemente na eficiência energética e gestão de resíduos. E não só. Para as entidades que trabalham com a água, é fácil sentir um grande entusiasmo com a forma como o Belas Clube de Campo cuida da sua água, em prol de uma eficiência hídrica ainda pouco comum na Era em que vivemos.
Os quatro belos lagos existentes no local recebem as águas pluviais, que para ali são canalizadas. Dois destes lagos são responsáveis pela rega do campo de golfe, suportado por 6 furos adicionais. O armazenamento da água dos lagos e a captação dos furos é alvo de uma gestão cuidadosa, com uma monitorização regular da qualidade da água, que conta também com o contributo de diversos estudos para otimização da rega. O aproveitamento das águas pluviais é uma medida com enorme potencial para reduzir a utilização de água potável em usos em que a sua qualidade pode ser inferior. Por isso, o Belas Clube de Campo estendeu o aproveitamento das águas pluviais às moradias envolventes. As águas das chuvas são recolhidas na cobertura, piso 1, piso 0 e piso -1 e encaminhadas através de um sistema para um depósito de armazenamento de água, com a capacidade de entre 5m3 e 15m3, instalado no jardim. Quando a água acumulada atinge o seu limite, ela é encaminhada para o coletor público. Com a ajuda de uma bomba hidropressora e de uma adaptação na rede, é possível utilizar a água armazenada para a rega dos espaços verde e para as lavagens.
Estas casas sustentáveis contam com uma rede separativa de águas residuais domésticas: águas cinzentas provenientes do duche, banheira e lavatórios e águas negras provenientes da cozinha, lavandaria, sanitas e bidés. As casas estão preparadas para incorporar uma ETAR compacta para tratamento das águas cinzentas, que são posteriormente encaminhadas para uma rede independente destinada ao abastecimento de autoclismos.
As moradias Belas Clube de Campo permitem, com um sistema de retorno para a água quente, evitar o desperdício de água verificado desde a abertura da torneira até à obtenção da água com a temperada desejada. Para além de uma redução do consumo de água, o sistema permite também uma redução das necessidades da energia necessária para o aquecimento da água e uma melhoria das condições de conforto térmico.
O Belas Clube de Campo foi a primeira entidade a ser distinguida pelo AQUA+, o sistema de classificação da eficiência hídrica dos edifícios, aplicado a todas as tipologias dos novos edifícios do Lisbon Green Valley – apartamentos e townhouses, tendo estas soluções contribuído para que todas alcançassem a classe hídrica A.
A água é escassa. A água é preciosa. Sem água não há vida. São palavras que ouvimos e repetimos sempre que está em causa o valor da água. Como dizia William Shakespeare “Que as tuas palavras ilustrem teu comportamento, e teu comportamento as tuas palavras”. De 1999 até agora foram muitos os prémios e certificações atribuídos ao Belas Clube de Campo que comprovam que aqui, a sustentabilidade não são meras palavras. Estas distinções são fruto de um trabalho diário de investigação e inovação, tendo como objetivo último apresentar ao mercado soluções residenciais de excelência que respeitem o meio ambiente,onde as famílias possam viver em casas sustentáveis com toda a qualidade e conforto.
Os novos contadores de água ultrassónicos inteligentes a serem introduzidos no mercado pela GWF e SIT pretendem ser líderes em desempenho e custo.
Instalações de produção e de teste modernas e automatizadas irão garantir alta qualidade da nova tecnologia a lançar no mercado.
A parceria visa apoiar clientes dos serviços de abastecimento de água e municípios a aumentarem a eficiência e acelerarem os esforços de sustentabilidade.
Frankfurt, 29 de Novembro de 2022 – A GWF, pioneira no desenvolvimento de tecnologias avançadas de medição e a SIT, multinacional cotada no segmento Euronext Milan da Bolsa Italiana e líder mundial em soluções inovadoras para contadores de gás e água, celebraram uma parceria estratégica para o desenvolvimento, fabrico e distribuição de contadores de água inteligentes ultrassónicos para aplicações residenciais.
A SIT, através das suas subsidiárias MeteRSit e JANZ, e a GWF uniram forças para apoiar os clientes dos serviços de abastecimento de água e os municípios a aumentarem a eficiência e acelerarem esforços de sustentabilidade ao melhor custo, através da aquisição de contadores de água residenciais de alta performance.
Nesta parceria, a GWF contribui com o seu know-how e ID, no que diz respeito à inovadora e patenteada tecnologia 4D®, através de um melhor processamento de sinais ultrassónicos e conceção mecânica altamente robusta. A SIT fornece à parceria profundos conhecimentos e perícia em tecnologias de comunicação de contadores inteligentes, tirando partido da sua experiência, com mais de 7 milhões de contadores de gás inteligentes instalados. A parceria será beneficiada com a elevada competência da SIT, que conta com o fabrico de um grande volume de equipamentos de medição e do acesso a uma cadeia de fornecimento global.
Com base nas suas competências complementares e vasta experiência no mercado da água, a joint-venture irá permitir lançar produtos com elevada performance, competitivos em termos de custos e, finalmente, altamente sustentáveis. O desenvolvimento contínuo de contadores de água ultrassónicos residenciais tem como objetivo uma precisão de medição inigualável aliada a uma comunicação flexível, de modo a assegurar produtos que forneçam dados quantificáveis e que permitam aos clientes a tomada de ações imediatas. Para assegurar a mais alta qualidade e escalabilidade a um custo otimizado, as empresas construirão, em conjunto, instalações de produção e de teste de última geração em Portugal e na Suíça.
“Esta parceria é um marco no plano de crescimento da SIT” declarou Federico de’ Stefani, Presidente e CEO da SIT. “Após a aquisição da Janz, este movimento estratégico adicional confirma o nosso compromisso em expandir o nosso negócio de medição da água através da inovação. Graças ao know-how da GWF em tecnologia ultrassónica e à presença e competência global da SIT na comunicação de dados, reforçaremos a nossa posição no mercado. Fá-lo-emos numa altura em que o consumo de água está no centro de muitos debates públicos e planos governamentais, esperando-se que o setor cresça significativamente nos próximos anos”.
“A GWF e JANZ têm uma parceria de dez anos de sucesso”, disse Florian Strasser, Presidente e CEO da GWF. “Temos o prazer de construir o novo âmbito da nossa parceria sobre esta base sólida e de especialização complementar. O trabalho com toda a equipa da SIT permitir-nos-á industrializar contadores de água de alta performance com base na nossa tecnologia 4D de forma rápida e sustentável. Os produtos resultantes irão ter um papel importante na resolução do desafio global da água”.
A JANZ e a MeteRSit, que integram o setor de medição inteligente da SIT, irão estar presentes na Enlit Europe, em Frankfurt, de 29 de novembro a 1 de dezembro, para apresentar novas soluções de medição para a água e para o gás. A energia de transição, descarbonização, resiliência energética e digitalização são alguns dos grandes destaques na Enlit Europe, que pretende reunir os grandes players do setor para encontrar novas oportunidades e inspirar as próximas gerações a participar nesta jornada.
Visite-nos no stand 12.1 B60. Para mais informações, visite o site oficial da Enlit Europe 2022.
Armando Silva Afonso | Carla Pimentel Rodrigues
Associação Nacional para a Qualidade nas Instalações Prediais
Devido não só ao crescimento demográfico, mas, fundamentalmente, ao desenvolvimento económico e ao nosso estilo de vida, a água potável é hoje um recurso escasso que, de bem comunitário e patrimonial, se transformou ao longo das últimas décadas em bem económico. As alterações climáticas têm agravado este cenário e prevê-se que em alguns países, como Portugal, a previsível redução da precipitação ou a alteração do seu regime possam a curto/médio prazo criar situações de stress hídrico.
Sendo um bem escasso e essencial à vida, a eficiência no seu uso deve ser uma prioridade a todos os níveis. A necessidade de um uso eficiente da água foi já reconhecida com prioridade nacional em 2001, através da publicação do PNUEA – Programa Nacional para o Uso Eficiente da Água. Entre as ações propostas neste programa, podem referir-se diversas medidas aplicáveis no ciclo predial da água (usos interiores e exteriores) no âmbito do aproveitamento das águas pluviais e da reutilização das águas cinzentas. Infelizmente, este programa nunca veio a ser implementado, apesar de ter sido objeto de uma atualização em 2012.
O aproveitamento de águas pluviais ou cinzentas em edifícios pode evitar o fornecimento de água potável para alguns usos específicos, permitindo, permitindo, para além da redução da água captada (e da pressão sobre as massas de água), uma redução nos consumos energéticos e nas emissões de GEE. No que se refere especificamente ao aproveitamento de águas pluviais em edifícios, ele pode também contribuir para a redução dos picos de cheia em meio urbano, razão pela qual tem conhecido um interesse crescente em muitos países, mesmo sem escassez de água ou stress hídrico.
Em Berlim, por exemplo, os sistemas de aproveitamento de águas pluviais foram introduzidos com sucesso à escala urbana, na reabilitação de grandes espaços, como a Potsdamer Platz, onde a água da chuva recolhida em coberturas de 19 edifícios (32.000m2) é armazenada num tanque de 3.500 m3. Em Tóquio, mais de 750 edifícios públicos e privados introduziram a recolha de águas pluviais e sistemas de aproveitamento. No Brasil, foi publicada em 2007 a norma técnica brasileira ABNT NBR 15527, sendo o aproveitamento de água da chuva obrigatório, por exemplo, em S. Paulo. Em Espanha, algumas autoridades locais exigem que os novos edifícios tenham sistemas de reutilização de águas cinzentas, como parte de uma estratégia para lidar com a escassez de água.
Contudo, a reutilização de águas pluviais e cinzentas em edifícios engloba riscos ambientais e sanitários que devem exigir controlos adequados. Esta recomendação consta, aliás, do chamado “Blueprint Water”, da Comissão Europeia. Considera-se, assim, que a elaboração e divulgação de especificações técnicas para o aproveitamento de águas pluviais e para a reutilização de águas cinzentas é essencial para fomentar o recurso voluntário a estes sistemas, mas a necessidade de redução dos riscos sanitários exige também uma certificação obrigatória dos sistemas.
Em Portugal, a ANQIP (Associação Nacional para a Qualidade nas Instalações Prediais), associação sectorial para as instalações prediais de águas e esgotos, que tem entre os seus membros empresas, universidades e entidades gestoras, tem desenvolvido um amplo trabalho técnico-científico de base no domínio do aproveitamento da água da chuva e da reutilização de águas cinzentas em edifícios, no qual se inclui a elaboração e publicação de especificações técnicas e a criação de sistemas de certificação voluntária para as instalações. Neste último aspeto, a ANQIP foi mesmo a primeira entidade europeia a dar resposta às exigências do “Blueprint Water”.
No que se refere aos sistemas de aproveitamento de águas pluviais em edifícios (SAAP), a ANQIP constituiu em 2007 uma Comissão Técnica (CTA 0701), que produziu, com base nas experiências brasileira e alemã, entre outras, e na sua adaptação à realidade nacional, duas Especificações Técnicas: a ETA 0701, visando a conceção, dimensionamento, instalação e manutenção dos SAAP, e a ETA 0702, visando a certificação técnico sanitária destes sistemas. De notar que a ETA 0702 (para a certificação das instalações) foi precedida de um amplo trabalho de campo, com monitorização de instalações piloto ao longo de vários meses e em termos de numerosos parâmetros, incluindo a legionella.
Recentemente, em 2018, foi finalmente publicada uma Norma Europeia (EN 16941-1) para estes sistemas de aproveitamento de água da chuva em edifícios, muito baseada nas normas alemãs, mas que não cuidou da necessária adaptação destes sistemas a realidades climáticas diferentes, como é o caso dos países do sul.
Este é um os motivos que justificam a prevista revisão, para breve, dessa Norma, num processo que contará com a participação da ANQIP. Note-se que a Norma Europeia também não contemplou, na sua versão inicial, as questões de certificação das instalações. Por este motivo, as ETA 0701 e 0702 da ANQIP continuam a ser o referencial utilizado em Portugal para estes sistemas.
Em relação aos sistemas prediais de reutilização de águas cinzentas em edifícios (SPRAC), a ANQIP seguiu um procedimento análogo, tendo publicado, já em 2009, a Especificação Técnica 0905, para conceção, dimensionamento, instalação, controlo e manutenção dos SPRAC, e a ETA 0906, para a certificação técnico-sanitária das instalações. Entretanto, em 2021, foi também publicada uma Norma Europeia para estes sistemas (EN 16941-2), que nada acrescentou, todavia, ao que já estava estabelecido 12 anos antes em Portugal, através das ETA da ANQIP, mantendo-se estas especificações técnicas, mais completas, exigentes e exaustivas do que a Norma Europeia, como referencial entre nós.
Deve notar-se que as ETA 0905 e 0906, tal como a EN 16941-2, visam as chamadas instalações coletivas ou de longo tempo de retenção. Para além destes sistemas, existem também no mercado pequenas instalações individuais para reutilização de águas cinzentas, como é o caso de lavatórios acoplados a sanitas, onde a água utilizada no lavatório é utilizada seguidamente para descarga no autoclismo. Estes aparelhos compactos, a que não se aplicam as ETA 0905 e 0906, são objeto de uma certificação individual da ANQIP, na categoria de “produtos eficientes” (catálogo disponível em www.anqip.pt). Para além destes produtos, apareceram recentemente no mercado pequenas instalações compactas de regeneração de águas cinzentas, que constituem uma solução intermédia entre as instalações individuais e as grandes instalações coletivas, e que também têm estado a ser objeto de certificação técnico-sanitária pela ANQIP, para segurança dos utilizadores.
Em 2021, no âmbito do Serviço de Requalificação, a JANZ reutilizou 32 mil corpos de contadores, o equivalente a aproximadamente 32 toneladas de latão. Com esta reutilização, a JANZ conseguiu evitar a emissão de cerca de 12 mil quilos de CO21 para a atmosfera, o equivalente a 19 voos de ida e volta entre Lisboa-Roma.
A reutilização do latão tem inúmeros benefícios ambientais que começam desde logo pela diminuição das áreas degradadas pela extração dos minérios que o constituem, designadamente do cobre e do zinco. O latão é caracterizado pela sua capacidade de se poder reciclar indefinidamente e, por ser mais rentável do que o seu fabrico a partir das matérias-primas, ele é também um dos metais mais reciclados do mundo.
As propriedades do latão permitem que ele possa ser infinitamente reciclado sem que exista degradação da sua estrutura metálica, tornando também o processo de reutilização do corpo do contador de água numa solução economicamente mais vantajosa.
Sempre que a JANZ reutiliza um corpo de latão para requalificar um contador, está a contribuir para uma poupança de energia que se reflete no processo de fundição deste metal, correspondente a 293 kWh de eletricidade por cada tonelada derretida, e que resulta numa menor emissão de CO2, cujas quantidades dependem do mix energético do país onde a fundição acontece.
A prática da Reutilização de corpos de latão e, por consequência, da Requalificação de contadores de água, tem uma longa história no mercado português e é hoje, mais do que nunca, procurada pelas entidades gestoras, motivadas e empenhadas, elas próprias, em contribuir para este significativo contributo de poupança energética, ecológica e económica na gestão dos seus parques de contadores. Requalificar os contadores de água significa atualizar tecnológica e metrologicamente o contador, contribuindo ativamente para a diminuição da pegada carbónica.
Para além da reutilização do latão, a JANZ procura ampliar o conceito de sustentabilidade a todas as suas atividades, adotando boas práticas que visam proteger o ambiente e deixar um futuro promissor para as próximas gerações. No âmbito das suas políticas de sustentabilidade, reutilizar e reciclar são uma preocupação permanente na empresa.
No primeiro trimestre de 2022 foram enviados para reciclagem 40 quilos de resíduos de carboneto de tungstênio, presente nas ferramentas de corte de metal duro utilizado nas spinners e na maquinação de corpos dos contadores. O carboneto de tunsgsténio é considerado um metal muito valioso na indústria, devido à sua baixa abundância na natureza e a uma mineração exigente, que precisa de uma grande quantidade de minério para extrair uma pequena quantidade de tungsténio.
A JANZ está envolvida numa procura permanente por novas formas de reutilizar e reciclar todos os resíduos possíveis, desde os mais simples, como as caixas de cartão, aos mais complexos como o latão e o tungsténio. Acreditamos que este é o caminho para uma economia mais eficiente e competitiva, inovadora e sustentável.
Prevendo-se uma tendência de agravamento da redução da precipitação devido ao efeito expectável das alterações climáticas, com prováveis impactos significativos na distribuição temporal e espacial dos recursos hídricos, na qualidade da água e na ocorrência mais frequente de secas significativas, foi determinada a elaboração das bases do Plano Regional de Eficiência Hídrica do Algarve (PREHA) pelo Despacho n.º 443/2020, de 14 de janeiro, com os seguintes objetivos:
O PREHA compreende a execução de 57 medidas, complementares e articuladas de modo a assegurar a resiliência necessária aos efeitos das alterações climáticas: cerca de 40% dos projetos visam aumentar a eficiência hídrica, 34% melhorar os processos de adaptação à seca, 15% contribuir para objetivos ambientais e 11% para melhorar a articulação (incluindo divulgação de boas práticas).
Ainda numa fase crítica da crise pandémica, e ao abrigo dos Protocolos de Colaboração celebrados entre a Agência Portuguesa do Ambiente e os 16 Municípios do Algarve, foram aprovados 46 projetos de Eficiência Hídrica financiados pelo Programa de Estabilização Económica e Social (PEES) com um investimento total de 2 928 083 € e com a execução prevista até dezembro 2021. O investimento realizado está estruturado em duas tipologias de medidas: monitorização/controlo ativo de perdas e melhoria de infraestruturas e tecnologias de gestão de rega em espaços verdes.
Durante o ano 2021, a Agência Portuguesa do Ambiente I.P. – Administração da Região Hidrográfica do Algarve (APA – ARH do Algarve), em parceria com a ADENE – Agência para a Energia, a AMAL- Comunidade Intermunicipal do Algarve, a empresa Águas do Algarve, a Universidade do Algarve e a DGESTE – DSR Algarve, promoveu a 1.ª Oficina de Formação destinada às comunidades escolares com interesse em integrar a rede de escolas “EFICIÊNCIA HÍDRICA NA ESCOLA”, sendo os principais destinatários desta ação gestores/docentes das comunidades escolares e técnicos das autarquias/entidades gestoras. Pretende-se que esta rede de escolas possa funcionar na região como um “laboratório de boas práticas” aos níveis infraestrutural (e.g. redes, dispositivos, equipamentos) e comportamental, que permitam alavancar outras dinâmicas e posturas.
Em 2021 realizou-se ainda a 1ª edição do Concurso “Eficiência Hídrica na Escola“ tendo sido submetidos a concurso projetos de 33 escolas do Algarve de 9 municípios, nomeadamente, Alcoutim, Faro, Lagos, Loulé, Olhão, São Brás de Alportel, Silves, Tavira e Vila Real de Santo António e atribuídos oito prémios e oito menções honrosas no valor global de € 97.000 financiado pelo PEES e ainda atribuído o Prémio AQUAMONITOR – Galardão ADENE com a integração da Escola premiada e respetivo município/entidade gestora no Barómetro ECO.AP 2.0, em fase piloto durante o ano de 2021.
O Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), um dos instrumentos fundamentais para o desenvolvimento social, económico e ambiental do país, na próxima década, também inscreveu
um investimento de 200 M€ para a implementação do PREHA, enquadrado na dimensão estruturante “Resiliência”, na componente 9: Gestão Hídrica. Este investimento do PRR é
constituído por 6 submedidas: Reduzir perdas de água no setor urbano; reduzir perdas de água e aumentar a eficiência no setor agrícola; reforçar a governança dos recursos; Promover a utilização de Água Residual Tratada; aumentar a capacidade disponível e resiliência das albufeiras/sistemas de adução em alta; promover a dessalinização de água do mar.
Por fim, sublinhar, que a implementação do PRR está em curso, tendo sido lançado um aviso com dotação de 14 milhões de euros, de um total de 35 milhões previstos para a submedida “Reduzir perdas de água no setor urbano”, que visa a implementação de zonas de medição e controlo e zonas de pressão controlada, bem como, a reabilitação de infraestruturas de distribuição de água com maiores índices de perdas reais. As entidades gestoras de água da região responderam positivamente ao desafio colocado, superando a dotação do aviso, pelo que durante o ano de 2022, teremos no território a implementação destes projetos, determinantes para atingir a meta de redução de 2hm3 em 2025.
No entanto, foram paulatinamente substituídas por superfícies cinzentas (como diques e barragens). Num planeta cada vez mais urbanizado, o Homem parece esquecer-se que a natureza é o seu maior aliado. Pelo menos até agora….
Não obstante a natureza ser aliada do Homem desde os primórdios da sua existência, o conceito de infraestruturas verdes ou naturais é relativamente recente. A Comissão Europeia descreve-o com um instrumento que permite obter benefícios ecológicos, económicos e sociais através de soluções baseadas na natureza, que permitem viver melhor. As infraestruturas verdes proporcionam soluções atrativas para os problemas ambientais, sociais e económicos e permitem atenuar o impacto das catástrofes naturais relacionadas com as alterações climáticas.
As infraestruturas verdes e cinzentas (como diques e barragens) são o yin e yang de uma estratégia de sucesso no curso da sustentabilidade. Sendo conceitos opostos, eles podem e devem ser sincronizados na realidade do século XXI. Numa era em que as alterações climáticas e a escassez de água são preocupações mundiais, as infraestruturas verdes apresentam-se como soluções sustentáveis e multifuncionais, ao contrário das estruturas cinzentas, que por norma apresentam uma única função. Uma estratégia de infraestruturas naturais permite diversos benefícios económicos e uma maior resiliência climática, maior absorção de carbono, melhor qualidade do ar e da água, melhor eficiência energética e inúmeros benefícios sociais como o recreativo e de inclusão para as comunidades envolvidas.
A cereja no topo do bolo é que é muito mais bonito olhar para uma floresta do que para um muro cinzento e, por vezes, eles têm exatamente a mesma função como por exemplo a filtragem de sedimentos ou da água, assegura Filipe Feltran-Barbieri, economista sénior que lidera análises econométricas na Economia Agrícola e Meio Ambiente em projetos de restauração, infraestruturas Naturais e Nova Economia do Clima.
Quando as áreas naturais são reduzidas para dar espaço à expansão urbana, dando lugar a terrenos agrícolas ou degradados, o abastecimento de água fica comprometido na sua quantidade e qualidade e as alterações climáticas tendem a agravar esta realidade. Os aumentos de chuvas torrenciais alternadas por secas prolongadas conduzem a uma maior necessidade de gestão de sedimentos, em função de erosões severas, e a uma maior necessidade de armazenamento durante a estação das chuvas, para uso na estação seca. As estratégias convencionais de gestão hídrica (como a construção de barragens e reservatórios), têm prevalecido em detrimento de infraestruturas verde, florestas ou zonas húmidas que, quando geridas para proteger o abastecimento de água a jusante, permitem garantir a disponibilidade da água nas cidades através do controlo de vazão, prevenção da acumulação de sedimentos responsáveis pelo assoreamento de rios e outros canais de água e pela retenção de poluentes, impedindo-os de chegarem aos cursos de água.
As infraestruturas naturais são também uma resposta aos desafios que as alterações climáticas colocam às entidades gestoras de água, no que diz respeito na disponibilidade e qualidade deste recurso vital. A restauração de florestas traz inúmeros benefícios adicionais como a filtragem de sedimentos e a diminuição da erosão (da qual resulta águas menos turvas) com benefícios económicos no tratamento e na gestão hídrica, em função das menores necessidades de uso de produtos químicos, de energia e de mão de obra.
A restauração das florestas permite reabilitar ecossistemas e entregar água de melhor qualidade às infraestruturas construídas, regular o fluxo hídrico e diminuir o risco de inundações. A incorporação de uma estratégia verde permite potencializar a eficiência, o desempenho e a resiliência das estruturas convencionais, permitindo que a água chegue às estações de tratamento com melhor qualidade.
Os desafios do século XXI não permitem a adoção de um paradigma único de cores até porque, continuamos cativos do capital já investido, razão pela qual o paradigma verde em urbano ainda pouco se faz sentir, como esclarece David Marlow, numa edição da ambiente revista Water Research de 2013. Sabemos que não é possível de um momento para o outro desativar todo um sistema para o substituir por outro. Mas as infraestruturas naturais permitem aliviar soluções de engenharia complexas para assegurar a disponibilidade e qualidade de águas, tem funções diversas na sustentabilidade dos ecossistemas e são componentes fundamentais nas estratégias de segurança hídrica.
A WRI Brasil tem apresentado inúmeros relatórios que apresentam de forma detalhada os resultados da Análise de Investimento em Infraestruturas Naturais aplicadas a diversas regiões do Brasil, que fortalecem e justificam financeiramente os investimentos do setor hídrico em infraestruturas naturais. Neste âmbito, o Sistema de Guandu, no Rio de Janeiro, que integra a maior Estação de Tratamento de Água do mundo, foi alvo de um conjunto de análises que pode ajudar nas estratégias de saneamento e gestão dos recursos hídricos. O relatório resultante desta análise comprova que a restauração das florestas pode complementar e salvaguardar o Sistema de Guandu, a principal fonte de abastecimento de água para a Região Metropolitana do Rio de Janeiro.
É triste pensar que natureza fala e que o género humano não a ouve, escreveu o autor francês Victor Hugo, no século XIX. Quantas vezes optámos por estruturas cinzentas quando a resposta estava na natureza, mesmo em frente aos nossos olhos? Basta olhar para as novas conceções e para a gestão dos espaços urbanos. A natureza está a ficar em segundo plano na mente dos Homens. E, mesmo assim, as coisas não estão a correr bem à humanidade. Cerca de 600 milhões de pessoas continuam sem acesso a água potável, as secas afetam mais de 35 milhões e, até 2050, 300 milhões de pessoas podem sofrer inundações uma vez por ano. Onde está a Humanidade a errar afinal de contas? Se é verdade que a nossa capacidade de sobrevivência depende da nossa capacidade de valorizar a natureza, então o nosso futuro não augura nada de bom.
O último relatório do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC), divulgado em agosto de 2021, hasteou a bandeira vermelha à humanidade ao afirmar que o planeta está a aquecer a um nível sem precedentes e mais rapidamente do que se pensava, concluindo que, para evitar os piores efeitos das alterações climáticas, o mundo precisa de uma mudança sem “precedente histórico documentado”. E as cidades sustentáveis são uma premissa fundamental para viver num presente mais consciente e um futuro mais global.
Entretanto a ocorrência de fenómenos extremos é já uma realidade e cada vez mais frequente, com episódios de tempestades, ondas de calor, fogos florestais, secas e cheias, a ocorrer por todo o planeta… Numa época em que mais de 50% da população mundial vive em zonas urbanas há que tornar as cidades mais sustentáveis e resilientes, ou seja, com edifícios melhor preparados para fazer face a estes fenómenos. Mas como atuar?
A transição sustentável, ao nível da conservação dos recursos, da descarbonização e da resiliência climática, torna imperativo o conceito de cidades sustentáveis com o desenvolvimento de soluções para uma melhor e mais eficiente utilização e aproveitamento da água, em situações de escassez e em situações de cheia. O grande desafio de melhorar a eficiência hídrica dos edifícios requer iniciativas que respondam à necessidade de adaptação às alterações climáticas, incluindo soluções para a redução de desperdícios, otimização do uso e do aproveitamento da água e a sua reutilização nos edifícios.
São várias as medidas que podemos tomar para aumentar a resiliência dos edifícios e, por conseguinte, tornar as cidades mais sustentáveis: escolher torneiras, autoclismos, chuveiros, máquinas de lavar roupa e loiça mais eficientes, mas também aproveitar águas pluviais e reutilizar águas cinzentas; selecionar plantas autóctones e sistemas de rega adequados para os jardins e instalar coberturas verdes nos edifícios.
Existem sistemas disponíveis no mercado que permitem reduzir a necessidade de água potável nas habitações, diminuindo as necessidades de captação e consumo, e contribuindo também para uma melhor gestão de situações de cheias e de seca, de que são exemplo:
> Os sistemas de aproveitamento de águas pluviais;
> Os sistemas prediais de reutilização e reciclagem de águas cinzentas, que são águas recolhidas no duche, torneiras e máquinas de lavar loiça e roupa, após utilização.
As águas recolhidas, armazenadas e tratadas por estes sistemas podem ser usadas em fins não potáveis como descargas de autoclismos, lavagem de roupas e rega de jardins, contribuindo para a redução do uso de recursos hídricos.
O aproveitamento de águas pluviais, ie, águas da chuva, tem o mérito de contribuir também para um maior controlo dos picos de cheia nas cidades, ao mesmo tempo que permite a sua utilização quando necessário, sem recorrer a água potável. Por outro lado, a água cinzenta está sempre disponível, como alternativa mais sustentável para usos que não requerem a qualidade de água para consumo humano.
Por outro lado, a instalação de uma cobertura ou fachada verde, que consiste numa camada de vegetação instalada no telhado ou na fachada de um edifício, permite absorver a água da chuva, ajudando igualmente a reduzir os problemas de cheias, a velocidade de escoamento da água da chuva (responsável muitas vezes por estragos em infraestruturas) e a sobrecarga dos sistemas públicos de drenagem.
Outra das grandes vantagens das coberturas e fachadas verdes é a atenuação do efeito “ilha de calor” nas cidades, uma vez que contribuem para o aumento da área verde na cidade e consequente redução da temperatura. Além deste efeito térmico nas cidades, as coberturas e fachadas verdes têm ainda efeitos no conforto térmico dos edifícios pois atuam como isolamento térmico, reduzindo a temperatura máxima (no verão) e aumentando a temperatura mínima (no inverno) no interior do edifício, o que permite reduzir as necessidades de utilização de sistemas de arrefecimento/aquecimento, aumentando o conforto com menor consumo de energia no edifício.
Estas são algumas das soluções que contribuem tornar as cidades mais sustentáveis e resilientes e que são valorizadas pelo sistema de avaliação e classificação de eficiência hídrica de edifíciosAQUA+® “Água na medida certa” (www.aquamais.pt), da ADENE – Agência para a Energia. Trata-se de um sistema simples, ágil e voluntário que classifica o uso eficiente da água nos edifícios, orientando o mercado (da construção e do consumo) para escolhas e soluções mais eficientes.
No setor residencial, além da Classe Hídrica, o AQUA+ fornece informação ao consumidor/promotor imobiliário relativa ao desempenho do imóvel no que respeita às infraestruturas,equipamentos e dispositivos (instalados ou em projeto), nomeadamente: fontes e redes de água, usos exteriores, eficiência dos dispositivos (torneiras, autoclismos e duches), equipamentos de lavagem (máquinas de lavar loiça e roupa) e água quente sanitária. São, ainda, identificadas as medidas de melhoria a implementar para reduzir o consumo de água e o consumo de energia associado, dando indicação do potencial de poupança de água e de água + energia (nexus água-energia).
No dia 15 de dezembro no Evento da ADENE 20 Anos no séc. 21 foi lançado o novo AQUA+Hotéis, com vista a apoiar o setor do turismo na gestão da água contribuindo também para o aumento da resiliência de empreendimentos turísticos e alojamentos locais e, portanto, para a construção das cidades sustentáveis de que tanto precisamos.
Saiba mais em: aquamais.pt
Através do programa #igivemytime, cada colaborador da JANZ, empresa do Grupo SIT fabricante de contadores de água, poderá doar até 8 horas de trabalho para apoiar vítimas da guerra na Ucrânia. A SIT duplicará o valor das horas doadas e todo o valor angariado será entregue à Helpua, uma organização sem fins lucrativos, sediada em Portugal, que presta apoio a refugiados e população que ainda se encontra em cenário de guerra na Ucrânia.
A iniciativa surge no âmbito da campanha “SIT People for UKraine”, promovida pelo Grupo SIT, da qual a JANZ faz parte, e que irá permitir que os mais de 2500 colaboradores do Grupo possam doar, uma, quatro ou oito horas de trabalho, para apoiar as crianças ucranianas vítimas da guerra.
“Com este gesto de solidariedade, cada um de nós poderá dar um apoio concreto a uma pessoa que sofre”, realça a Diretora de Sustentabilidade Corporativa e membro do Conselho de Administração da SIT, Chiara de’Stefani. “Ajudaremos especialmente as crianças a escapar da Guerra e a reunirem-se com as suas famílias”, acrescenta a responsável.
Para além de da JANZ em Portugal, a iniciativa da SIT já recebeu as adesões das suas filiais SIT Holland e SIT Roménia que, deste modo, escolheram localmente uma estrutura com mobilização internacional de solidariedade resultado da guerra na Ucrânia.
A campanha, marcada pelo slogan #igivemytime, vai continuar até ao dia 23 de maio. Durante este período, cada colaborador da SIT poderá doar uma hora, meio dia, ou um dia inteiro de trabalho mostrando solidariedade para com a população ucraniana.
No início a deusa-mãe controlava todos os fenómenos naturais e a dança da chuva era o ritual encontrado pelo homem para apaziguar a sua fúria e contar com sua boa-vontade.
Com o passar do tempo, o homem aprendeu a dominar o fogo, inventou a roda, semeou, domesticou animais e construiu grandiosos impérios. Ao longo do processo compreendeu que a natureza pode responder de forma impiedosa e implacável, retribuindo com escassez e destruindo as suas culturas com secas, pragas e tempestades. Para encontrar a harmonia, a abundância e a sustentabilidade, o Homem precisava de apaziguar os espíritos da natureza e os deuses com oferendas, rituais, danças da chuva ou a construção de grandiosos templos, que perduram até aos dias de hoje.
O tempo foi passando e chegámos ao século XIX. Na era moderna o ritual da dança da chuva deixou de fazer sentido. A Revolução Industrial deixou para trás o modo de produção agrícola manual, utilizando máquinas no auxílio das ações humanas e recorrendo a mais matérias-primas. A sustentabilidade deixou de estar nas mãos dos deuses. Surgiu uma nova relação homem-natureza, em que o homem domina e explora os ambientes naturais. Desde então, a degradação ambiental tem sido crescente. A poluição atmosférica, a contaminação da água e do solo, o aquecimento global, tornaram-se preocupações mundiais.
O uso do conceito de sustentabilidade enquanto “necessidade de suprir as necessidades da geração presente sem afetar a possibilidade de as gerações futuras suprirem as suas” foi utilizado pela primeira vez em 1987 no Relatório Bruntland, intitulado “Nosso Futuro Comum”.
A sustentabilidade está hoje, mais do que nunca, nas mãos da humanidade. Hoje sabemos que não é com a dança da chuva que vão pingar soluções para a sustentabilidade. Deve, por isso, ser um compromisso de todos nós para garantir o futuro do planeta como o conhecemos hoje.
A sustentabilidade começa em cada um de nós.
Todos podemos ser sustentáveis. Enquanto entidades gestoras, políticos, empresas, consumidores, professores, país preocupados em proteger o futuro dos nossos filhos, basta que cada um de nós cumpra a sua parte.
Mas o que é a sustentabilidade afinal de contas? E como podemos todos contribuir para a sustentabilidade?
Ser sustentável é simples. É não utilizar mais do que o necessário. É ter consciência de que cada gota a mais desperdiçada, é uma gota a menos que fica para outra pessoa (ou para o futuro).
Dividimos o mundo com 7 biliões de pessoas e o espaço, os recursos e a água não são infinitos. As atitudes de cada um de nós são uma mera gota. Mas as atitudes de 7 biliões formam a imensidão do oceano e a sustentabilidade do mundo.
João Paulo Almeida começou em 2002 a desenvolver projetos orientados para o mercado das águas. Depois de assumir a responsabilidade do Departamento de Sistemas de Informação da empresa Águas do Porto, tomou clara consciência de que a rentabilidade e sucesso de uma empresa deste setor depende de decisões precisas suportadas em análises globais provenientes de um imenso conjunto de dados. Detetada a necessidade, João Paulo Almeida começa a trabalhar na criação de sistemas de telemetria, ferramentas que permitam cruzar os parâmetros mais relevantes, com dados agregados de forma a tratar a informação de forma lógica e sistematizada. Começam assim a ser escritas as primeiras linhas da história de GoReady, um sistema de telemetria com interface inovadora de soluções que permite tomar decisões rápidas apoiadas em conhecimento sistemático e rigoroso.
A GoReady foi constituída em 2015, por profissionais de tecnologias de informação com um forte conhecimento do setor das Águas. Nessa altura, identificámos uma lacuna grande no mercado. A falta de soluções adaptadas à realidade das entidades gestoras que dependem de decisões e ações precisas, suportadas em análises globais provenientes de um imenso conjunto de dados, levou-nos à criação do sistema de telemetria MyWater, concebida de raiz para dar resposta a esta realidade.
Há inúmeras vantagens para as entidades gestoras na implementação de um sistema de telemetria. MyWAter é uma plataforma que foi desenhada de raiz para a gestão da informação de telemetria, automatizando a receção de milhares de dados, a transformação dos mesmos e o calculado de diversos indicadores. Toda esta informação é apresentada numa interface simples e intuitiva, permitindo às entidades gestoras, retirarem as conclusões importantes para as tarefas do dia a dia da sua empresa.
A GoReady tem uma grande experiência no setor das Águas, o que permitiu desenvolver esta aplicação direcionada às necessidades especificas do setor. Contudo, desenvolve e adapta a aplicação às necessidades particulares dos clientes, de forma a potenciar a utilização da mesma. As soluções atualmente disponíveis no mercado são de grandes fabricantes mundiais, o que implica não permitirem a customização das soluções às necessidades dos clientes, bem como terem ciclos de desenvolvimentos longos e muitas vezes desajustados face às necessidades do mercado.
A parceria com a Janz é estratégica para a GoReady. A Janz é uma empresa que atua no setor há muitos anos, com produtos com muita qualidade, e uma imagem de confiança muito forte, tornando a nossa oferta complementar aos produtos já comercializados. Consideramos que é diferenciador apresentarmo-nos no mercado com uma solução integrada, de forma a facilitar as integrações entre os equipamentos e o software, tornando assim os projetos mais simples para os clientes.
O processo de recolha de leituras para faturação é critico para as entidades gestoras, contudo, a implementação de sistemas de telemetria proporciona um conjunto de vantagens para a entidade gestora que permitem obter ganhos consideráveis de eficiência.
O SW MyWater permite efetuar a gestão rigorosa de todo o parque de telemetria e obter leituras de hora em hora ou de 15 em 15 minutos, permitindo fazer balanços hídricos completos de zonas de medição e controlo. Adicionalmente disponibiliza um conjunto de alarmes gerados pelos contadores. Toda esta informação é agregada e representada de uma forma muito simples, permitindo às entidades identificar roturas, fraudes ou eventos de consumo com impacto na rede. O SW MYWATER promete ser um poderoso aliado das Entidades Gestoras para gerir de forma eficiente os seus sistemas de abastecimento.
A GoReady desenvolve e implementa um conjunto de soluções que estão integradas com o MyWater, assim como com outras plataformas existentes no mercado, como o sistema de informação geográfica, o sistema de gestão de manutenção, entre outros. A utilização destas plataformas de forma integrada, permite às entidades gerir de uma forma eficiente toda a rede de distribuição de água.
Com o processamento e cruzamento automático de todos os dados relevantes, o software permite identificar zonas com um mau desempenho de funcionamento, potenciando a identificação de fugas, roturas ou fraudes.
O MyWater é um software muito simples de utilizar e com uma curva de aprendizagem muito reduzida, as entidades não precisam de recursos humanos adicionais para gerir a plataforma. Com a automatização de todo o tratamento dos dados e o envio de alertas e relatórios, é possível minimizar ao máximo a intervenção de recursos humanos em todo o processo, libertando-os para ações de valor acrescentado.
O SW Mywater recolhe um enorme manancial de informação que, quando devidamente tratado pelas Entidades Gestoras, permite conhecer e resolver problemas que põem em causa a sustentabilidade económica e ambiental dos seus sistemas de abastecimento de água.
Estando a maior parte das redes de abastecimento concluídas, a maioria das entidades gestoras está atualmente a preparar ou a implementar projetos para obter ganhos de eficiência, seja através da setorização da rede, da implementação de sistemas de gestão de pressão, da atomização de algumas tarefas com recurso a sistemas de telegestão ou com a implementação de sistemas de telemetria.
Temos observado que até as pequenas entidades, através da associação com municípios vizinhos, ganharam a escala necessária para efetuar uma gestão mais eficiente. A Entidade reguladora tem tido também um papel muto importante para levar as entidades a procurarem obter estes ganhos de eficiência. Considero que, atualmente, a maior parte das entidades está preparada e recetiva a implementar sistemas de telemetria. Com soluções informáticas como o MyWater é mais fácil tirar partido destes sistemas.
O custo dos equipamentos e da tecnologia ainda continua a ser o maior obstáctulo à implementação massiva destes sistemas.
Penso que num futuro próximo todos os consumidores terão acesso à mesma informação das entidades gestoras, ou seja, consumos horários e alarmes despoletados pelos equipamentos ou via software. Já há alguns projetos desta natureza no setor e brevemente todas as entidades terão estas ferramentas disponíveis de forma gratuita, tanto para consumidores domésticos como para consumidores não domésticos.
Há inúmeras razões, contudo poderia destacar estas três:
/ Simplicidade de utilização
a plataforma é muito simples e intuitiva, podendo ser utilizada por diversos intervenientes das entidades gestoras sem grandes conhecimentos técnicos;
/ Experiência adquirida
A plataforma beneficia de uma experiência de 6 anos e de um conjunto de utilizadores que potenciam no dia a dia a sua melhoria;
/ Integração com o fabricante
A Plataforma foi desenvolvida e é mantida de forma continua com o fabricante dos contadores, libertando as entidades gestoras de todas as tarefas inerentes à integração das duas componentes, o que nem sempre é fácil.
O Software MyWater é utilizado no máximo das suas potencialidades em entidades que tem setores da rede com 100% de contadores de telemetria, permitindo assim efetuar um balanço hídrico horário. Um balanço hídrico da rede horário permite efetuar a gestão da rede de uma forma muito mais eficiente, potencia a identificação de fugas, roturas, eventos de rega, fraudes. Atualmente temos já vários projetos com esta abordagem, todos eles com ganhos significativos para as entidades.
A SIT, multinacional italiana da qual a JANZ faz parte, foi distinguida com classificação EcoVadis “Prata”, posicionando-a entre os 22% de melhores empresas do setor. Tendo recebido, em 2020, a atribuição bronze, a SIT sobe assim no ranking e conquista um dos objetivos estratégicos do grupo. De referir que a EcoVadis é uma organização especializada em avaliar o desempenho de responsabilidade social corporativa das empresas de forma global. A EcoVadis avalia mais de 75.000 empresas em 160 países e 200 setores.
A distinção “Prata” comprova a ética e a abordagem proativa da SIT relativamente aos princípios ESG (Environmental, Social & Governance) bem como das ações de sustentabilidade da empresa para com os seus stakeholders e todo o sistema onde opera.
Para além do desempenho global, a empresa está também incluída, no que diz respeito às “Práticas de Trabalho e Direitos Humanos”, nos 30% de empresas com melhores práticas no setor. Já no que diz respeito à “Ética”, a SIT encontra-se entre os 27% de empresas do setor mais sustentáveis.
“Alcançar o resultado que nos propusemos há apenas um ano é uma fonte de grande satisfação e orgulho para todo o grupo” afirma em comunicado, Chiara de ‘Stefani, Diretora Corporativa de Sustentabilidade da SIT. Chiara de ‘Stefani assegura que “a sustentabilidade é parte integrante das estratégias da SIT” e que “a inclusão dos ESG na gestão do plano de incentivos, ligados ao desempenho de instrumentos financeiros, como títulos, para a prossecução dos objetivos ESG, é disso uma prova”. Chiara de ‘Stefani esclarece ainda que a classificação EcoVadis Prata “é um excelente resultado, mas é apenas um dos blocos da sustentabilidade corporativa da SIT”. Trata-se de um “compromisso assumido pela SIT a longo prazo de modo a gerar crescimento e desenvolvimento económico e social para a estrutura, o meio o ambiente e para todos stakeholders”.
A Águas e Energia do Porto (AEdP) é a empresa municipal responsável pela gestão integrada do Ciclo Urbano da Água no Município do Porto, integrando o sistema de abastecimento de água (SAA), a drenagem e tratamento de águas residuais, a drenagem de águas pluviais, a gestão das linhas de água e zonas balneares, a gestão energética e energias renováveis, bem como a vertente de educação ambiental.
O Porto possui um dos maiores e mais densos SAA a nível nacional, concentrado na segunda maior cidade portuguesa e englobando um total de 820km de condutas de adução e distribuição massivamente emalhadas, 125.450m3 de reserva máxima instalada em seis reservatórios, cerca de 71.225 ramais domiciliários, aproximadamente 160.000 Clientes abastecidos diariamente e, no global, 170.000 contadores instalados na rede.
A AEdP tem no seu foco a sustentabilidade ambiental, económico-financeira e social do SAA, da Empresa e do Município, pelo que a gestão e redução das perdas de água e da Água Não Faturada (ANF) é essencial e tem sido uma estratégica absoluta da Empresa nos últimos 15 anos.
Desde 2006, quando apresentava um índice de ANF de 52,4%, a AEdP iniciou a sua caminhada na redução das perdas de água. Mais recentemente as perdas aparentes/comerciais assumiram uma representação fundamental crescente e, como tal, a empresa desenhou o Plano de Gestão e Renovação de Contadores e Reforço da Telemetria em Clientes.
A substituição dos contadores de água viu a sua taxa aumentar de forma massiva a partir de 2018, sendo que entre julho desse ano e junho de 2021 foram substituídos mais de 70.000 contadores, correspondendo a uma taxa de renovação aproximada de 45% e, desta forma, reduzindo em muito o erro médio global do parque de contadores e incrementando a fiabilidade de medição dos mesmos.
Associado ao aumento da taxa de renovação, existiu igualmente um forte investimento da AEdP na instalação de solução de telemetria domiciliária, acreditando que é o futuro do setor e da gestão estratégica e tecnológica do SAA.
Desde 2018 que a AEdP tem vindo a instalar, maioritariamente, contadores munidos com sistema de telemetria para recolha e comunicação remota dos consumos. Em junho de 2018 apenas 16% do parque de contadores da entidade possuía sistema de telemetria integrado, numa abordagem primitiva da sua instalação em locais de difícil acesso para recolha manual da leitura. Em junho de 2021, a AEdP possui um total de mais de 84.000 contadores ativos com esta tecnologia, o que corresponde a 53% dos Clientes do Município, traduzindo um crescimento de 37 pontos percentuais em apenas três anos.
Um dos primeiros resultados diretos desta alteração estratégica foi a redução da necessidade de leituras manuais de contadores, procedendo-se à reestruturação das zonas de leitura de 20 para 14, projeto que teve o seu término em maio de 2021 e que traduz uma poupança anual de 150.000€ em recursos. Aliada a esta redução, a garantia constante das leituras reais dos contadores constitui outra vantagem, reduzindo em grande escala as estimativas para faturação.
A estratégia de telemetria domiciliária materializou-se não só nos contadores, mas também na instalação de 15 novos macro concentradores para recolha massiva dos dados de consumos dos Clientes, por área de influência, integração e encriptação dos dados e envoi periódico para o data center na AEdP.
A estas 15 novas unidades macro associam-se as 16 unidades micro já existentes em pontos específicos do tecido urbano, materializando o conceito de “Porto 100% Telemetria” que transforma a cidade do Porto numa malha digital de concentradores que permite a cobertura de praticamente a totalidade do território.
Do ponto de vista da gestão estratégica, esta tecnologia não traz vantagens apenas à AEdP. A obtenção em tempo real das leituras dos contadores permite à AEdP oferecer um serviço de maior qualidade e proximidade ao Cliente, através da App, passando a usufruir de um serviço de excelência na gestão sustentável dos seus consumos:
(1) Evolução e análise diária de consumos
(2) Comparação de consumos com períodos homólogos
(3) Alerta de fugas de água e consumos anómalos
(4) Dados da qualidade da água
(5) Notificação e Avisos de comunicação da AEdP
(ocorrências/anomalias, suspensões de serviço)
(6) Qualidade da água de consumo
(7) Dicas para redução do consumo de água e utilização sustentável
Mais ainda, os contadores de telemetria não necessitam de leituras manuais constantes, pelo que os Clientes não necessitam desse incómodo, e refletindo na faturação mensal os consumos reais sem qualquer estimativa associada.
A estratégia de reforço da telemetria no parque de contadores ativos no SAA permite à AEdP uma gestão tecnologicamente mais avançada dos consumos e do próprio escoamento na rede pública de distribuição. Quando comparado com os contadores normais, os contadores munidos de sistema de telemetria oferecem vantagens internas como a análise de perfis de consumo, o apoio à modelação e calibração hidráulica das redes, a redução das leituras por estimativa, a redução das perdas pois a atuação sobre anomalias é mais célere, o aumento da produtividade devido à possibilidade de alocação dos recursos humanos a outras funções, uma gestão do parque de contadores mais expedita e baseada em dados reais, a deteção de retornos de água e de consumos zeros, a confirmação de ilícitos e consumos inferiores e superiores à média mensal.
Para além das vantagens já referidas, esta estratégia fomenta a gestão holística e integrada do SAA do Município enquanto smart city e permite à AEdP uma evolução muito positiva ao nível da gestão das perdas de água reais nas Zonas de Medição e Controlo através do refinamento do cálculo regular do Balanço Hídrico de cada zona e, como tal, direcionar de forma eficiente os recursos para as necessidades efetivas. Esta é uma alteração importante do atual paradigma do ataque às perdas de água e à ANF, estratégia que se revela um dos maiores desafios dos próximos tempos na garantia da máxima sustentabilidade do SAA.
“Porto 100% Telemetria” é, pois, um dos vários projetos estratégicos que a AEdP tem vindo a implementar deste o final de 2006, com a ambição clara de reduzir a ANF para valores próximos do nível económico de perdas de água. Em 2006 a AEdP possuía um índice de ANF de 52,4% e terminou 2020 com um índice de 17,1%, representado uma redução muito significativa e eficaz das perdas de água no SAA.
2020 foi igualmente o ano onde se constatou a maior percentagem de contadores de telemetria instalados em Clientes, com grande parte a ser lido remotamente através dos concentradores instalados e os equipamentos drive-by, cujos dados são muito importantes para o estudo e redução das perdas de água reais e aparentes. No final de 2020 a AEdP registou o menor volume de água perdida de sempre – 9.400 m3/dia – e uma poupança global acumulada superior a 63 milhões de euros desde 2006.
Esta gestão mais direcionada para a obtenção de informação permite aos Clientes um maior conhecimento das suas utilizações da água, assim como das variações de consumo. Associado a este conhecimento advém a possibilidade de uma gestão mais eficaz e de uma utilização mais sustentável deste recurso cada vez mais escasso e relevante.
O futuro é, portanto, muito desafiante considerando a continuidade do projeto “Porto 100% Telemetria” e a sua integração com as restantes estratégias e operações para a redução das perdas no SAA, com valores atuais de ANF que colocam a AEdP como uma referência a nível nacional e internacional no setor.
A sustentabilidade corporativa é, para a Brisa, a única via que dá a oportunidade para o planeta se renovar e recuperar. Ela é a única que permite uma viagem segura para as próximas gerações. E há muito que o Grupo Brisa optou por esta via. Principalmente no que diz respeito a projetos e construção de autoestradas e respetiva operação e manutenção.
Mais recentemente, o Grupo Brisa optou por ganhar ainda mais velocidade na via da sua sustentabilidade corporativa. Tornou-se mais exigente e comprometido com os resultados ambientais a alcançar. Foi, para isso, incluindo novos temas e critérios, até chegar ao sistema que hoje adota, que tem como objetivo a ecoeficiência das operações e das suas atividades de suporte. Os resultados obtidos até ao momento permitiram-lhe obter a classificação no ranking GRESB 2020, como a operadora de infraestruturas mais sustentável da Europa e a segunda a nível mundial. Vale a pena conhecer melhor as metas alcançadas pela BRISA ao longo da sua viagem rumo à sua sustentabilidade corporativa.
O sistema de telemetria desenvolvido pela JANZ, é o parceiro escolhido pela Brisa, para a acompanhar nesta viagem pela sustentabilidade do planeta, no que à eficiência hídrica diz
respeito. Sendo uma tecnologia simples e escalável, MYWATER está a ajudar a Brisa a preservar um dos recursos mais importantes do planeta: a água potável. Isto numa altura em que os efeitos mais nefastos das alterações climáticas são já impossíveis de ignorar.
No final de 2020, a Brisa decidiu equipar todos os seus contadores de água com módulos de rádio MYWATER, tendo adotado a tecnologia de comunicação Narrow Band – Internet of Things (NB-IoT). Desta forma, com o envio de leituras e alarmes, a Brisa tem ao seu dispor um valioso manancial de informação, que lhe permite conhecer e resolver as suas perdas de água aparentes e reais, bem como efetuar os balanços hídricos do seu sistema de abastecimento, colocando assim a empresa na via da sustentabilidade corporativa.
MYWATER é a inovadora solução de Telemetria assente nas modernas redes LPWA (Low Power Wide Area). Trata-se de uma solução de telemetria fixa e bidirecional de última geração, destinada a empresas e entidades distribuidores de água, que permite interagir sem intervenção humana, com equipamentos e sistemas de informação para uma eficiente gestão da monitorização dos consumos de água residenciais, comerciais e industriais, públicos ou privados.
Para além de uma gestão eficaz e eficiente dos sistemas de abastecimento de água por parte das Entidades Gestoras, a preservação deste recurso exige uma profunda transformação das mentalidades de quem a consome, ou seja, de todos nós. O desafio não é fácil, como nunca o é quando se trata de mudar hábitos. Ao permitir às Entidades Gestoras o envio de informação ao cliente final sobre os seus consumos e eventos, que vão muito além da fatura mensal de água, MYWATER poderá ser utilizada como uma ferramenta motivacional importante para gerar um novo mindset coletivo. A informação permanente e em tempo real dos consumos de água individuais por parte do consumidor comum, permite-lhe fazer um seguimento do impacto nos seus hábitos de consumo na fatura mensal, modificando-os, poupando dinheiro e água e, por conseguinte, também o planeta.
MYWATER promete dar a oportunidade ao planeta para recuperar e renovar os seus recursos.
Cada gota conta e o setor das águas é um dos maiores consumidores de energia.
Como problema mundial que é, a questão das alterações climáticas exige que todos os países do globo colaborem entre si porque, cada vez mais, cada gota conta para garantir a disponibilidade da água às próximas gerações. Em 2015, os líderes mundiais chegaram a acordo sobre novos objetivos ambiciosos na luta contra as alterações climáticas.
O Acordo de Paris inclui um plano de ação para limitar o aquecimento global. A União Europeia assinou e ratificou o Acordo de Paris demonstrando estar fortemente empenhada na sua aplicação, tendo definido como meta ser a primeira economia e sociedade com impacto neutro no clima até 2050.
Neste objetivo, o ciclo urbano da água tem um papel muito importante. Sendo o setor das águas um dos maiores consumidores de energia (necessária para captar, tratar e distribuir água), e dado o elevado consumo de energia nas habitações para aquecimento de águas (correspondente a c.a. 23% da fatura energética), para atingir o objetivo de descarbonização é importante considerar que cada gota conta para otimizarmos a gestão e uso da água nestes setores, apostando na transição hídrica, a par da energética. Esta transição hídrica tem um grande potencial nos edifícios, com benefícios para a sustentabilidade ambiental, energética e económica do país e das famílias (ver Figura 1).
O que fazer para tornar um edifício mais sustentável do ponto de vista da eficiência hídrica?
As secas e a ocorrência de cheias são um problema crescente no país e na europa, que testam a resiliência das cidades e a gestão sustentável dos recursos hídricos. O uso da água requer também muita energia, reforçando o conceito de que, no setor da água, cada gota conta. A transição sustentável, ao nível da conservação dos recursos, da descarbonização e da resiliência climática, torna imperativo o desenvolvimento de soluções promotoras da redução de desperdícios, otimização do uso da água e a sua reutilização nos edifícios.
Nos edifícios estima-se um potencial de eficiência hídrica de 30% a 50%, dependendo da sua idade. O consumo de água quente representa, no setor doméstico, 23%1 da fatura de energia pelo que a introdução de soluções de eficiência hídrica pode gerar uma economia combinada, em água e energia nos edifícios, na ordem dos 800 Milhões de euros por ano para as famílias portuguesas.
Dando resposta a estes desafios a ADENE lançou o AQUA+, um sistema simples, ágil e voluntário de avaliação e classificação da eficiência hídrica de edifícios.
O AQUA+ vai ao encontro de objetivos e ações previstos no Programa Nacional para o Uso Eficiente da Água, no Roteiro para a Neutralidade Carbónica 20502, no Plano Nacional de Energia e Clima 20303, no Programa de Eficiência de Recursos na Administração Pública para 2030 (ECO.AP 2030)4, na Estratégia de Longo Prazo para a Renovação dos Edifícios(ELPRE)5, na Vaga de Renovação de Edifícios (uma iniciativa no âmbito do Pacto Ecológico Europeu), e no Novo Plano de Ação para a Economia Circular da União Europeia.
O AQUA+ resulta do H2ODesign, um processo participado iniciado em setembro de 2018, que envolveu consumidores, especialistas e stakeholders numa aproximação colaborativa ao desenho de novas abordagens para o uso eficiente da água. O sistema foi implementado com a colaboração de entidades do sistema científico e tecnológico nacional (SCTN) e associações técnico-científicas, ao longo de 2019.
Além da Classe Hídrica, o AQUA+ fornece informação ao consumidor/promotor imobiliário relativa ao desempenho do imóvel no que respeita às infraestruturas, equipamentos e dispositivos (instalados ou em projeto), nomeadamente: fontes e redes de água, usos exteriores, eficiência dos dispositivos, equipamentos de lavagem (máquinas de lavar loiça e roupa) e água quente sanitária (Figura 3). São ainda identificadas as medidas de melhoria a implementar para reduzir o consumo de água e o consumo de energia associado, dando indicação do potencial de poupança de água e de água + energia.
Considerando uma família de 4 pessoas e um preço médio da água para um concelho com elevada densidade populacional é possível obter, através da substituição dos chuveiros, autoclismos e torneiras convencionais por novos com funcionalidades e consumos eficientes, poupanças de aproximadamente 196 mil litros de água por ano. Esta poupança traduz-se numa redução de 227€ por ano na fatura da água.
Também a aquisição de uma máquina de lavar loiça eficiente, quando esta não exista, permite poupar água. Ao utilizar a máquina de lavar loiça em vez de lavar a loiça à mão, pode poupar até 16 mil litros de água por ano. Isto resulta numa redução de 19€ anuais na fatura da água.
Com vista a apoiar a escolha informada dos utilizadores para que cada gota conte nas suas casas, a ADENE criou as dicas de poupança AQUA+, que pretendem guiar o consumidor e os técnicos para a adequada seleção de produtos (autoclismos, sistemas de duche, torneiras e usos exteriores, como sistemas de rega) e apresentar soluções para a sustentabilidade dos edifícios.
Do total de auditorias a imóveis residenciais realizadas verifica-se que:
– Cerca de 38% dos imóveis consegue passar de Classes F a C para B a A+;
– O potencial de redução de consumo varia entre os 30 e 40%, com uma média de 38% considerando dados de 2020 (estimativas com base em valores padrão de utilização da água);
– A implementação de todas as medidas de melhoria, em todos os imóveis auditados desde o início do sistema, resultaria numa poupança total de quase 4 milhões de litros de água/ano.
O AQUA+ assenta no Ecossistema AQUA+, criado para estimular a eficiência hídrica nos edifícios. Como peça chave para a replicabilidade e escala do AQUA+, enquadra-se a formação e capacitação de técnicos que atuam como Consultores e Auditores AQUA+. A sua qualificação e formação assegura a disseminação e aplicação do AQUA+ em todo o país e a criação de novas oportunidades para profissionais e empresas empreendedoras, tendo sido formados mais de 150 técnicos AQUA+.
A 1.ª Edição dos Prémios AQUA+ (2020) alargou o ecossistema com a Rede Tech AQUA+, uma rede informal de divulgação de soluções e tecnologias de monitorização e controlo inteligente da água para os utilizadores em diferentes aplicações (edifícios e outros espaços urbanos), em particular, aquelas que contribuam para uma melhor classificação hídrica AQUA+ nas diferentes tipologias de edifícios e usos.
A metodologia de classificação AQUA+ pretende fomentar a crescente integração, nos edifícios e usos urbanos da água, de tecnologias que ajudem os consumidores e gestores, de diferentes tipos de edifícios e usos, a fazer uma utilização mais eficiente da água, contribuindo também para a melhoria de comportamentos em diferentes contextos. Neste âmbito, o AQUA+ valoriza a existência de sistemas de medição, monitorização e/ou gestão dos consumos de água, assegurando que cada gota na sustentabilidade hídrica.
Trata-se de soluções fundamentais para o caminho inovador de evolução até ao futuro AQUA+ 4.0 assente numa abordagem dinâmica e para uma gestão mais inteligente da água, nas diversas tipologias de edifícios e outros usos urbanos, e para a qual as entidades da Rede TECH AQUA+ já ajudam a dar resposta. Iniciada com as entidades finalistas dos Prémios AQUA+ 2020, esta Rede vai alargar-se em breve a outras entidades com soluções e tecnologias de monitorização e controlo inteligente da água em diferentes aplicações.
A par destas, outras entidades, incluindo entidades gestoras de serviços de água, estão a dar passos importantes para ajudar os utilizadores a conhecer e gerir melhor os seus consumos. Conheça uma dessas entidades nesta edição.
Tendo nascido de um processo participativo, o AQUA+ mantém a sua forte vertente colaborativa e o envolvimento de todos. Em 2021 foi constituída a Rede de Compromisso AQUA+, da qual fazem parte 30 entidades de governação e representação institucional e setorial no país (a que se juntarão outras num ciclo contínuo), que contribuem para a forte implementação deste instrumento e da eficiência hídrica em Portugal.
Está em curso o alargamento do AQUA+ a outras tipologias de edifícios: ao setor do turismo (Hotéis), já em desenvolvimento em parceria com o Turismo de Portugal e com lançamento previsto no quarto trimestre de 2021; e a edifícios de comércio e serviços, abrangendo edifícios públicos, em 2022. Isto porque, em todos os setores de atividade cada gota conta para garantir o futuro da água às próximas gerações.
Referências:
1. PNEC, 2030.
2. Resolução do Conselho de Ministros n.º 107/2019, de 1 de julho, no seguimento do compromisso de Portugal alcançar a neutralidade carbónica até 2050 assumida na Conferência das Partes da Convenção Quadro das Nações Unidas para as Alterações Climáticas em 2016
3. Resolução do Conselho de Ministros n.º 53/2020, de 10 de julho dando resposta ao Regulamento (UE) 2018/1999, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 11 de dezembro de 2018, relativo à Governação da União da Energia e da Ação Climática.
4. Resolução do Conselho de Ministros n.º 104/2020, de 24 de novembro, aprova o Programa de Eficiência de Recursos na Administração Pública para o período até 2030.
5. Resolução do Conselho de Ministros n.º 8-A/2021, de 3 de fevereiro, que aprova a Estratégia de Longo Prazo para a Renovação dos Edifícios, dando resposta ao Regulamento (UE) 2018/1999, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 11 de dezembro de 2018, relativo à Governação da União da Energia e da Ação Climática, incluído no pacote legislativo «Energia Limpa para todos os Europeus» e à Diretiva (UE) 2018/844, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 30 de maio de 2018 relativa ao desempenho energético dos edifícios (Diretiva EPBD)
A JANZ e a MeteRSit, que integram o setor de medição inteligente da SIT, estão presentes, de 30 de novembro a 2 de dezembro de 2021, na Enlit Europe, uma das maiores conferências e exposições dedicadas ao setor da energia. A energia de transição, descarbonização, resiliência energética e digitalização são alguns dos grandes destaques na Enlit Europe, que pretende reunir os grandes players do setor para encontrar novas oportunidades e inspirar as próximas gerações a participar nesta jornada.
Saiba tudo sobre este evento em https://www.enlit-europe.com/live
Jaime Melo Baptista
Presidente da LIS-Water, Lisbon International Centre for Water
O desenvolvimento da sociedade portuguesa pressupõe a existência de serviços de abastecimento de água de excelência, o que implica a construção de componentes infraestruturais importantes, com funções de captação, tratamento, elevação, adução, armazenamento e distribuição.
Queremos serviços de abastecimento de água eficazes, que promovam a acessibilidade física, a continuidade, a fiabilidade, a qualidade da água, a segurança, a resiliência, a equidade e a acessibilidade económica. Queremos serviços de abastecimento de água eficientes, que promovam o bom governo e a estruturação do setor, a organização, a modernização e a digitalização das entidades gestoras, a gestão e a alocação de recursos financeiros, a eficiência hídrica, a eficiência energética e a descarbonização. Cumprindo estes dois objetivos conseguem-se disponibilizar serviços à população com um preço economicamente acessível.
Mais recentemente tem surgido uma terceira preocupação, a necessidade de dispor de serviços de abastecimento de água sustentáveis. Sabemos que sustentabilidade significa o uso dos recursos naturais para a satisfação de necessidades presentes que não comprometa a satisfação das necessidades das gerações futuras. Mas o que significa em termos práticos, quando aplicada aos serviços de água?
Significa que seja assegurada a sua boa gestão numa perspetiva de longo prazo, aos níveis infraestrutural, económico e financeiro, ambiental, de capital humano e de conhecimento e inovação, mantendo sempre um desempenho adequado e assim beneficiando também as próximas gerações. Vamos analisar cada um dos cinco níveis referidos.
As entidades gestoras devem assegurar a sustentabilidade infraestrutural através da manutenção do valor das infraestruturas e da adoção de boas práticas da sua gestão patrimonial, com decisões mais sustentadas a longo prazo. É aliás aqui que vão acontecer os maiores investimentos futuros do setor. Um aspeto específico, mas relevante, é a necessidade de substituição e calibração periódica de microcontadores pelas entidades gestoras, nomeadamente para evitar subfacturação do serviço. É também necessário completar a macromedição, a teletransmissão e os sistemas de alerta. Sem medição não se dispõe de informação básica para a gestão dos serviços, nomeadamente em termos de balanço hídrico.
As entidades devem assegurar a sua plena sustentabilidade económica e financeira, através da recuperação de gastos por receitas provenientes essencialmente de tarifas, e eventualmente de impostos e de transferências. Devem para isso assegurar bom desempenho económico e financeiro, reporte contabilístico autónomo e baixo nível de endividamento. Devem ainda minimizar a água não faturada para reduzir as perdas de receitas.
As entidades devem assegurar a sustentabilidade ambiental na utilização dos recursos naturais necessários à prestação do serviço, como água, energia, reagentes e materiais de construção. A sustentabilidade na utilização de água pode ser conseguida optando por origens alternativas sujeitas a menor escassez hídrica, mas também promovendo a eficiência hídrica ao longo da infraestrutura de abastecimento e ainda incentivando o consumo final eficiente de água. A sustentabilidade na utilização de energia pode ser alcançada promovendo a eficiência energética e a descarbonização. A sustentabilidade na utilização de reagentes pode ser obtida por uma adequada eficiência na gestão de lamas e de reagentes e o seu eventual reaproveitamento. A sustentabilidade na utilização de materiais de construção pode ser adquirida praticando uma construção mais sustentável, selecionando adequadamente materiais e componentes, e reduzindo a produção de resíduos banais e perigosos.
As entidades devem assegurar a sustentabilidade dos recursos humanos, em qualificação, diversidade de formações e equilíbrio etário, melhorando os mecanismos de atração e retenção, designadamente de natureza salarial, de incentivo ao mérito e de formação contínua.
As entidades devem assegurar a interiorização de conhecimento e a promoção da inovação no setor, enquanto fatores de competitividade e diferenciação no contexto nacional e internacional.
Associada a eles, a valorização empresarial e económica do setor é uma componente essencial ao seu desenvolvimento, criadora de emprego e riqueza, promovendo a consolidação e a dinamização do que já existe, assegurando uma maior autossuficiência na cadeia nacional de valor do setor, criando oportunidades e abrindo novas áreas de expansão empresarial.
Toda esta complexidade no caminho para a sustentabilidade exige boa governação, com uma política pública adequada, com regulação competente e com gestão eficaz, eficiente e sustentável dos serviços.
O reaproveitamento de águas pluviais é um processo milenar e há uma pedra que o comprova. É conhecida como Pedra Moabita ou Estela de Mesa, foi encontrada no Médio Oriente e data de 850 a.C. Nela foi gravada a história de uma revolta e da conquista de uma cidade sem reservatórios de água.
Depois de 40 anos a prestar vassalagem ao Rei de Israel, pagando-lhe 100 mil cordeiros e 100 mil carneiros com a sua lã, Rei Mesa, de Moabe, revoltou-se e triunfou. Quando chegou a Qarhoh deparou-se se com um grave problema de falta de água na cidade, agravado pelo fato de não existirem reservatórios. Então Moabe reconstruiu Qarhoh, o muro das florestas e o muro da cidadela. Também construiu as suas portas, as suas torres, a Casa do Rei e os seus reservatórios de água. Finalmente, o sábio Rei ordenou ao seu povo que cada um construísse a sua própria cisterna na sua residência, de modo a fazer o reaproveitamento de águas pluviais, dando à população a possibilidade de dispor de um bem indispensável à vida.
Os eruditos ficaram pasmados quando finalmente conseguiram ler os textos completos da Pedra Moabita e classificaram-na como o mais notável monólito alguma vez descoberto. O Rei Mesa tinha erigido aquela pedra em homenagem ao seu deus, Quemós, para celebrar a libertação de Mesa do domínio de Israel.
No monólito, Moabe vangloria-se da sua vitória sobre Israel, de construir cidades e até uma estrada. Mal sabia o rei Mesa que, ao registar este acontecimento na Pedra Moabita, estava também a escrever o registo mais antigo do reaproveitamento de águas pluviais.
1915 – Enquanto Albert Einstein desenvolve a Teoria da Relatividade Geral. Em Portugal, Bruno Janz tem a ideia luminosa de fundar a sua empresa.
1975 – Considerado o ano da cooperação e do entendimento, foi o ano do fim da guerra do Vietname, o ano do primeiro encontro no espaço entre astronautas Russos e Americanos para cooperação efetiva. Foi também o ano em que a JANZ estabelece as primeiras parcerias para fornecimento de peças para outros fabricantes europeus de metering.
2002 – A moeda única, o Euro, inicia a sua circulação em Portugal e, em Lisboa, a Janz inicia um novo ciclo com a sua reestruturação por área de negócio.
2012 – O CERN anuncia a descoberta de uma nova partícula elementar, o Bóson de Higgs (a chamada Partícula de Deus) e a Sonda Kepler descobre 26 planetas fora do sistema solar. Enquanto isso, no planeta Terra a Janz integra o primeiro projeto de Smart City implementado em Portugal.
2015 – A NASA confirma que existiu água na superfície de Marte. A Janz confirma a existência de contadores de corpo em compósito no seu portfólio, nasce o JV600.
2016 – Portugal sagra-se Campeão da Europa de futebol. A JANZ lança a solução de telemetria ganhadora MYWATER.
2021 – Cientistas preveem que 2021 seja o ano das descobertas marcianas. A JANZ é descoberta e adquirida pela SIT uma multinacional italiana.
Não obstante, Portugal pode ter acesso ao maior pacote financeiro da Adesão Europeia desde a sua adesão, em 1986, proporcionando uma oportunidade de ouro para encontrar nesta crise económica uma forma de resolver alguns dos constrangimentos estruturais da sua economia.
O trabalho de reconstrução começa agora. O plano para recuperar desta crise económica deve assentar em novos alicerces para recriar a organização das sociedades, comportamentos e estilos de vida. Em virtude disso, os modelos económicos atuais devem ser repensados para um modelo mais justo, próspero e eficiente, respeitando sempre os recursos e limites naturais do país.
Como refere António Costa Silva, em “Visão Estratégica para o Plano de Recuperação Económica de Portugal 2020-2030” todos os projetos apresentados “devem estar alinhados com os objetivos das políticas europeias de investimento, que favorecem a transição digital, a economia verde e a economia circular”.
SUSTENTABILIDADE deve ser sempre a palavra subjacente e, neste âmbito, o setor da água também tem um papel importante a desempenhar.
À água é um bem indispensável à vida. A saída da crise económica deve, por isso, considerar soluções que permitam reservar água desperdiçada e que dinamizem a economia circular da água. As zonas geográficas do país onde a precipitação anual é baixa devem adotar estratégias que assegurem uma gestão dos recursos hídricos que garanta que a água não irá faltar no futuro, permitindo a fixação de pessoas e de novos projetos, dentro e fora da agricultura. Só assim será possível atrair as pessoas para fora dos núcleos urbanos, combatendo de forma ativa a desertificação de algumas zonas geográficas do país. O estudo da viabilidade da dessalinização pode ser decisivo para o setor agrícola do pais e deve, por isso avançar.
Quais deverão ser as prioridades? Como é que Portugal poderá aproveitar esta oportunidade de ouro para garantir eficiência e continuidade dos sistemas de abastecimento de água, para descarbonizar o setor, adotar modelos de economia circular no ciclo da água e sensibilizar para a adoção de comportamentos mais sustentáveis no seu uso doméstico? A tecnologia, nomeadamente o SMART METERING parece se um dos caminhos mais viáveis.
A reutilização das águas cinzentas significa que a Humanidade, finalmente, tomou consciência que a quantidade de água disponível na terra não muda, que bebemos da mesma água que beberam os dinossauros e que a água não é, afinal, um bem adquirido à nascença. Mas o que são afinal as águas cinzentas? E de que forma as águas cinzentas poderão ajudar a assegurar o equilíbrio dos ecossistemas hídricos?
Vivemos num planeta coberto de água. Porém, mais de 97% dessa água é salgada e cerca de 2% está retida sob a forma de gelo e neve. Feita as contas, a humanidade conta com menos de 1% para irrigar colheitas, para abastecer a indústria e para o consumo doméstico. Se a percentagem de água disponível já é pequena, as coisas tendem a agravar-se se considerarmos que a população mundial não pára de crescer.
À medida que o Homem vai abandonando o mito da generosidade infinita da terra, vão surgindo medidas para se obter um uso mais eficiente da água. A conservação da água é um dos maiores desafios da nossa civilização. A redução dos consumos e a redução das perdas estão entre as medidas mais utilizadas. Contudo, a reutilização das águas cinzentas vai também assumindo a sua importância para garantir que, no futuro, a água vai continuar a correr nas torneiras dos nossos filhos e dos nossos netos.
As águas cinzentas têm um baixo teor de matéria orgânica, nitratos e fosfatos, bem como uma reduzida componente bacteriológica. É por isso que, as águas provenientes de lava-loiças e máquinas de lavar-loiça são, por norma, excluídas da classificação de águas cinzentas. Com maiores níveis de matéria orgânica, assim como gorduras, óleos e detergentes, a sua reutilização requer um tratamento mais complexo e oneroso.
No sistema doméstico, a reutilização das águas cinzentas permite reduzir em cerca de 50%, a necessidade de água potável. Surpreendido? Se pensarmos que estas águas cinzentas podem substituir a água potável dos autoclismos, pré-lavagem da roupa e louça, regas e lavagens de pátios e veículos, tudo começa a fazer sentido. E se lhe dissermos que, pela sua natureza, o tratamento e reutilização das águas cinzentas podem ser instalados em áreas residenciais e de escritórios de serviços?
Se pensarmos que uma máquina de lavar roupa de 7 kg gasta, em média, 57 litros de água por lavagem. E que um duche rápido de 5 minutos envia para o esgoto cerca de 25 litros de águas cinzentas pelo cano, então é só fazer as contas.
Como é sabido, por volta do século XVII, a igreja era detentora de uma grande parte do conhecimento do mundo. Esta é uma história que já todos conhecem. Por isso, não é de estranhar que, em 1614, o padre matemático Benedetto Castelli tenha descoberto o modo de medir o fluxo de água.
Nasceu em Bréscia, Itália, em 1578, com o nome de Antonio Castelli. Porém, nesta história, ficou conhecido por Benedetto, o nome que adotou quando foi aceite pela Ordem de São Bento em 1595. Foi discípulo e um longo amigo de Galileu Galilei, tendo defendido os seus estudos sobre manchas solares e participado nas investigações das teorias de Nicolau Copérnico. Uma amizade e apoio que Galileu soube retribuir, em 1613, com a indicação para que Benedetto o substituísse na Universidade de Pisa, como professor matemático.
Mas a história não acaba aqui…
Não obstante, foi o seu interesse pela hidráulica e o respetivo movimento da água que lhe valeu uma importante descoberta que fez história e o motivou para escrita da sua obra-prima “Della Misaura dell’Acque Correnti”, em 1628. Com a sua descoberta e obra, ganhou o reconhecimento generalizado e o honroso título de pai da ciência Hidráulica e Hidrológica moderna. Um privilégio que veio acompanhado de outro: o Papa Sepolcro Di Urbano VIII chamou-o a Roma para o tornar consultor e professor de hidráulica na Universidade de Roma.
E que descoberta foi esta que lhe valeu tanto reconhecimento?
A descoberta de Benedetto Castelli foi água que fez moer muitos moinhos. Ficou conhecida como uma das primeiras leis da Hidrodinâmica. Quando afirmou que “Numa corrente líquida estacionária em um conduto, as velocidades são inversamente proporcionais às seções transversais do conduto”, Benedetto apresentava ao mundo a preposição que hoje é conhecida como Equação da Continuidade e que descreve o modo de medir o fluxo de água ou de outros líquidos.
Na sequência da formulação de Benedetto, surgiram diversos métodos para medir a velocidade de rios e canais, desenvolvidos e testados em Itália. Incluem-se entre esses, o pêndulo de De Castelli (1624), a placa metálica montada numa balança de Santori (1646) ou o bastão hidromético imerso na corrente fluvial, de Cabeo (1646). A utilização de uma hélice para medir a velocidade em rios foi uma ideia do inglês Robert Hooke, em 1689.
De lá para cá, muita coisa mudou nesta história. A história da medição do fluxo da água conta com contadores e tecnologia de telemetria que Benedetto não poderia imaginar ser possível. Mas não podemos deixar de dizer grazie a Benedetto Castelli.
O mundo está a mudar.
Para começar, mudámos de ano.
Para continuar, por causa da pandemia, mudámos a forma como olhamos para tudo o que nos rodeia.
Continuamos ainda numa acelerada mudança tecnológica global e, também na JANZ, estamos a mudar a forma de comunicar com os nossos clientes, tornando-nos mais digitais, mais próximos e mais relevantes.
Começámos a ano com uma primeira grande mudança, com a aquisição da JANZ pela SIT concluída com sucesso.
A SIT S.p.A é uma multinacional cotada na bolsa de valores italiana que, por meio das suas divisões de Heating e Smart Gas Metering, cria soluções inteligentes para o controle das condições ambientais.
A multinacional sediada em Pádua e com escritórios em todo o mundo (com mais de 2 mil funcionários) possui já consolidada uma divisão de medição inteligente de gás – resultante de um projeto interno de start-up – operando através da empresa do Grupo MeteRSi
Neste sentido a JANZ torna-se numa peça fundamental para o Grupo, nomeadamente no que ao desenvolvimento de um hub internacional de medição inteligente diz respeito.
Sem perder o contacto pessoal, vamos falar com os nossos clientes de forma mais digital. Numa época em que, infelizmente, a proximidade quer-se afastada, estamos a criar uma nova forma de chegar a todos os nossos parceiros de negócio.
A JANZ vai utilizar o digital para envio de conteúdos interessantes e relevantes, a nível profissional, sem esquecer o aspeto lúdico. Teremos webletters, formações digitais, e outros conteúdos do interesse dos nossos clientes.
Em resumo, a JANZ mudou parte da sua comunicação para o digital, mas sem nunca esquecer de dar aos seus clientes uma atenção pessoal.
Bem-vindo ao mundo digital da JANZ. Veja o vídeo.
Temos o prazer de anunciar que a aquisição da JANZ pela SIT foi concluída com sucesso.
A SIT S.p.A. é uma multinacional cotada na Bolsa de Valores Italiana que, por meio das suas divisões de Heating e Smart Gas Metering, cria soluções inteligentes para o controle das condições ambientais e medição do consumo.
Com esta aquisição, a SIT adiciona uma peça fundamental para o desenvolvimento de um hub internacional de medição inteligente.
A multinacional sediada em Pádua e com escritórios em todo o mundo (com mais de 2 mil funcionários) possui já consolidada uma divisão de medição inteligente de gás – resultante de um projeto interno de start-up – operando através da empresa do Grupo MeteRSit.
Esta operação não produz mudanças nos processos comerciais ou produtivos, por isso, os nossos representantes permanecem à sua disposição e totalmente motivados para continuar a atender os seus clientes da melhor forma.
Para saber mais sobre esta e outras novidades visite-nos em www.janz.pt e www.sitgroup.it
A Janz, Contagem e Gestão de Fluídos, fundada em 1915 pela família Janz com sede jurídica e de produção em Lisboa, com 11.000 m2 de área de implantação e 250 colaboradores, assina acordo vinculativo com o grupo Italiano SIT para a venda de 100% da empresa.
O desempenho particularmente positivo atingido em 2019, de 18,6 milhões de euros em vendas e uma taxa de crescimento média nos últimos 5 anos igual a 9% graças à progressiva expansão internacional na Europa e na América Latina, atraiu o interesse da SIT que viu nesta aquisição a oportunidade de expandir seu próprio portefólio de produtos para o setor da água, um mercado que crescerá significativamente nos
próximos anos.
A SIT é uma multinacional cotada na Bolsa de Valores Italiana (MTA) cujo core business é o desenvolvimento e a produção de componentes para sistemas de aquecimento e contadores de gás inteligentes (Heating e Smart Gas Metering).
O Presidente e CEO da SIT, Sr. Federico de ’Stefani, refere a propósito desta operação de compra que atingiu o valor de 28 milhões de euros, “o nosso objetivo é desenvolver um Pólo de desenvolvimento de contadores inteligentes. A operação é estratégica para a SIT, pois permite melhorias adicionais e sinergias internas designadamente com a MeteRSit, a divisão de medição inteligente do Grupo, aplicando o seu
know-how ao setor de água”.
O portefólio de produtos da Janz será ainda mais desenvolvido, beneficiando-se da “capacidade e knowhow que desenvolvemos com contadores de gás, em particular no que diz respeito à comunicação de medidores com smart grids, eles serão a base das sinergias que iremos criar com a Janz, para acelerar o caminho de crescimento no segmento dos contadores de água inteligentes” declarou Federico de’ Stefani,
“o objetivo é estabelecer um player internacional em medidores inteligentes de gás e água, que represente a excelência em tecnologias de medição e comunicação para suportar redes de serviços públicos. Um centro dedicado e de excelência tecnológica feito pela SIT e o desenvolvimento e distribuição mundial de contadores inteligentes que contribuam para a proteção dos nossos recursos naturais “.
Para Manuel Janz, presidente da BJH, principal acionista da Janz, “o legado desenvolvido em mais de quatro gerações da família Janz está assegurado nesta transação, que permitirá a expansão da empresa, apoiada no reconhecido know-how da SIT no setor da medição inteligente, uma área crucial no mercado
atual ”.
A conclusão da aquisição está prevista para dezembro 2020 estando sujeita ao cumprimento de certas condições, incluindo a realização de todas as aprovações e autorizações legais.
Toda a operação atual da JANZ, tanto em Portugal como nas restantes geografias em que está representada, manter-se-á em pleno funcionamento, saindo desta forma reforçado o compromisso assumido com os nossos clientes de servir sempre os melhores e tecnologicamente mais avançados produtos.